O julgamento de Lula nesta quarta pode exercer, também, influência na política do Estado. O PT tem um pré-candidato, o deputado Paulo Mourão e uma perspectiva de aliança com a senadora Kátia Abreu,que se movimenta pelo Estado e é, seguramente, uma das mais fortes candidatas ao governo, dado que foi deputada federal, comandou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, preside a Federação da Agricultura, foi ministra e está no segundo mandato no Senado. Não se consegue isto sem apoio popular ou corporativo.

Paulo está em Porto Alegre nesta quarta e amanhã participa do lançamento da pré-campanha de Lula a presidente.  Uma temeridade marcar algo assim e desta forma, mas vá lá. Se Lula conseguir um resultado favorável hoje (uma condenação dividida com possibilidade de recurso) o PT ganha musculatura, favorecendo, consequentemente, Paulo Mourão na formação de alianças regionais sob uma perspectiva diferente: protagonista.

O PT é, contraditoriamente, pragmático e orgânico. O discurso de correntes internas de que apoiaria no Estado –mesmo tendo uma pré-candidatura colocada -  a senadora Kátia Abreu indistintamente, só pelo apoio a Dilma Roussef ou pelo cargo de suplente de senador, entregue a Donizetti Nogueira,  pode não ser suficiente para os profissionais do PT.

Isto porque, racionalmente, o cargo de suplente já teria sido pago com o apoio do partido à reeleição da Senadora em 2014 (o mandato vai até 2022) e a defesa de Dilma teria correspondência com o cargo de Ministra que o PT aceitou (ou não impôs condições) à presidente nomear. Apesar das divergências ideológicas. Na tese, portanto, o PT estaria sendo cobrado a pagar em dobro.

Ou seja: não bastaria para a aliança com a Senadora uma defesa pública de Lula ou Dilma da composição. Ou esgrimir o apoio de Kátia a Dilma que,certamente, causou estragos políticos à parlamentar, ainda que tenha conseguido conquistar petistas e parte da população pela solidariedade à presidente. Seriam necessárias tratativas políticas com a corrente que hoje comanda o PT regional, de tendência contrária à de Lula e Dilma, que integram a CNB, também de Donizetti Nogueira. Divergências explicitadas na suspensão, no ano passado, de membros da CNB pela direção regional por não deixarem o governo do MDB.

Uma corrente mais à esquerda, justamente o que o partido precisaria para refundar-se. Ou retornar à sua proposta original. E Lula, saindo dessa, certamente necessitará dar fôlego aos princípios da criação do PT, mesmo com todo o pragmatismo que carrega suas decisões políticas. De outro modo: a senadora Kátia Abreu não terá tanta facilidade assim para ter o PT ao seu lado. Ainda que algumas correntes internas do partido assim o defendam. Terá que exercitar conversação.

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