Marcelo Miranda anuncia para esta tarde assinatura da ordem de serviço para a construção da ponte de Porto Nacional. Custo: R$ 130 milhões.
Diz que vai iniciar a obra com recursos próprios. O empréstimo com a Caixa sequer foi autorizado pela Secretaria do Tesouro Nacional (o governo descumpre LRF e está sem CRP).
De janeiro a agosto (dados da Seplan) o governo gastou 102% da Receita Corrente Líquida (um buraco de R$ 106 milhões). Ou seja, está no vermelho não só financeiro, mas orçamentário. Deve empurrar os pagamentos à Rivoli (que ganhou a licitação da ponte) para 2018. E em 2018, a LDO mandada para o Legislativo não comporta tal dívida, caso o empréstimo não seja aprovado. Hoje, seguramente não tem caixa para dizer recursos próprios.
E aí outro problema: como irá iniciar uma obra sem previsão orçamentária? Como faria os empenhos? Qual o cronograma da obra? Como é esse contrato com a Rivoli? Se no orçamento deste ano não estava prevista a ponte, como isto se dará?
E que se lembre: em 2016 (quando se fez o orçamento de 2017) a ponte seria contratada com recursos do UniCredit (italiano). O empréstimo da Caixa não estava neste planejamento. É de uma lei de 2017, publicada dias atrás.
Ainda que se possa dizer de boa vontade e fé governamental, a não ser que a situação se modifique, o governo está ludibriando a população de Porto Nacional. Da mesma forma que a incentiva a ser contra quem critica, não a obra, mas a forma com que o governo trata a questão. No fiado e sem condições de pagar.
Obra a ser lançada no Dia do Aviador, na cidade dos pilotos, alçada pelo mais recente apoiador de Marcelo Miranda: o comandante e senador Vicente Alves (PR). Ambos tem o direito de fazer política. Não podem, em absoluto, é fazer uso do sentimento da população nem da irresponsabilidade fiscal para cooptar apoios.