A jornalista e pré-candidata a prefeita, Roberta Tum (PCdoB) fez ontem uma resenha dos últimos dias.

Assino embaixo. Só faço uma anotação. Mas antes vamos ao que nos aproxima.

A pré-campanha eleitoral (especialmente do PL) tem sido imprudente no método, forma e conteúdo.

Talvez a Public (a 3ª agência do PL nesta pré) dê um rumo menos heterodoxo nas movimentações financeiras do grupo.

É, com efeito, a forma mais escrachada a que submeteram vereadores e deputados os Legislativos estadual e municipal desde a criação.

A cambiagem sem-vergonha é quase pública e sem qualquer disfarce ou pudor. É provável que o odor tenha feito o governador Wanderlei Barbosa distanciar-se.

Assim como os cabos eleitorais candidatos a vereador dependurados na folha de salários da mesa diretora e dos gabinetes, com salários que variam de R$ 3,5 mil a R$ 6,5 mil. São pelo menos dez, só na vice-secretaria e no gabinete.

A justaposição – que propõe o artigo – entre Janad Valcari e a prefeita Cíntha Ribeiro não vejo, entretanto, níveis de comparação ou verossimilança, que entenda a pré-candidata do PCdoB e jornalista pioneira do Estado, de credibilidade e retidão incontestáveis. Cinthia não anda atrás de votos, Janad faz a xepa. Cínthia não anunciou seu candidato, Janad é a própria.

Ainda que ambas possuam qualidades e defeitos, Cinthia faz uso de política, Janad dos  punhos. Cinthia entrega de graça Alok ao público, Janad vende os Barões da Pisadinha, ao mesmo público, pagos com dinheiro dos orçamentos. Eu não gastaria dinheiro público com nenhum deles, vejo que haveria outras prioridades públicas.

Claro está, entretanto, que aí uma delas registra superávit financeiro. E a outra apenas de aceitação popular e político. Uma empresária e uma gestora, muito embora haja nuances discutíveis. Adicionando e subtraindo, tem-se ingredientes da fórmula mágica da pré-campanha.

Dado que fora do prazo da campanha (em 2020 o limite de gastos para candidatos a prefeito de Palmas foi de R$ 8,8 milhões), os custos, no atual estágio do calendário,  tem que vir de recursos não contabilizados, o tal caixa dois.

E o resultado disso? Ora, um indiscutível exemplo é a CPI da BRK que os vereadores da comissão fizeram de moeda de troca. E aí minha discordância à avaliação de que a BRK talvez estivesse sendo vilpendiada, acusada, sem cometer nada.

Senão vejamos:

  1. A tarifa média de água tratada no Estado (SNIS/Ministério das Cidades/28/dez/2023) é de R$ 6,44 por m3.
  2. A tarifa média de esgoto tratado é de R$ 6,17% por m3.
  3. A tarifa média de água da BRK é de R$ 13,8 por m3 (a menor é R$ 2,79 para consumo de 0 a 10m3 e a maior R$ 26,12 , acima de 50m3 consumo).
  4. Disto se tem que a tarifa média de esgoto (80%) seria de R$ 11,11.(confira a tabela aí de cima)
  5. Ou seja, a BRK cobraria nas 47 cidades em que opera no Estado o dobro da média de tarifa de água e esgoto dos demais municípios.

Quer mais? Vamos lá: a empresa cobra 80% da tarifa de água pelo tratamento do esgoto. E diz que não é uma das maiores do Brasil.

Ocorre que há apenas 32,33% de esgoto tratado correspondente à água consumida. Dado Público do Ministério das Cidades (dez/2023).

De outro modo: a empresa cobra 80% sobre 100% de água consumida, mas trata apenas 32,33% sobre a água consumida.

Cobra 180 mas entrega apenas 132,33. Entenderam?

E aí a minha discordância no artigo da jornalista Roberta Tum.

Mais não bastasse, o Ministério Público acionou ação civil pública em função da prorrogação da concessão sem licitação público dado o caráter privado da empresa, presente na composição acionária.

É dessa confusão inexistente que se beneficiam e locupletam os de sempre.

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