É algo assustador. Seria apenas uma estupidez política não fosse a crise econômica, financeira e administrativa por que passa o Estado, com implicações diretas na população. Me acompanhe:
- Os hospitais públicos estão em petição de miséria
- Os servidores da saúde estão em greve há cerca de 50 dias
- Os profissionais médicos indicam que podem paralisar suas atividades na próxima semana.
- Os hospitais credenciados do Plan-Saúde podem também a partir da próxima semana na atender mais os conveniados por falta de pagamento.
- Os empregados de terceirizadas podem voltar a paralisar suas atividades se a empresa não resolver os atrasados esta semana. Empresa que depende de pagamentos do governo.
- A arrecadação tributária do Estado está em queda desde outubro do ano passado.
- Não há projeto para modernizar e qualificar a arrecadação dos impostos.
- Desemprego no Estado é um dos mais elevados dos últimos anos.
- Não há investimentos em logística e infraestrutura.
- Falta medicamentos e insumos básicos nos hospitais.
- Divida interna e externa do Estado na casa dos R$ 3 bilhões.
- Economia enfrenta a maior recessão dos últimos anos com desdobramentos diretor na economia do Estado.
- A Prefeitura da Capital omite-se no que lhe compete na crise da saúde, desobrigando-se do atendimento nas UPAs (também um caos) e da construção do Hospital Municipal (sua competência), que aliviaria para o HGP, um hospital de especialidades e não de emergências.
E o que ocorre?
Um Senador da República une-se a um Prefeito da Capital do Estado, deputados e vereadores e lançam-se num projeto de disputa à prefeitura da Capital, daqui a nove meses, e do governo estadual marcado para daqui a três anos???? E, desde logo, já tem o seu candidato: o Chefe do Executivo metropolitano!!!!
De outro modo, arma-se um grupo que, ao utilizar-se de suas prerrogativas e competências constitucionais, para ajudar na solução dos problemas que afligem a população, tencionam justamente o contrário: opor-se às tentativas do governo de encontrar solução de continuidade para a situação. Uma obviedade que se submetem, desde já, à dedução da população de enxergar em eleitoreiras suas ações, a partir de agora, ainda que não o sejam, mas que diante da motivação político-partidária antecipada com tanta veemência e despreendimento não impõe às circunstâncias outro raciocínio.
Ou seja: com apenas um ano no mandato, legitimamente eleito pela população, o Governador do Estado já vai enfrentar artilharia político-partidária dos que, desde já, almejam o seu cargo, que estará em disputa somente em 2018!!
É claro que as críticas fazem parte da democracia. Esta mesma que, com seus dispositivos institucionais, demarca os períodos de campanha eleitoral. O governo vai mal? Vai!!! Mas cabe a Senadores, Deputados e prefeitos ajudar na solução, afinal, também fazem parte do problema.
Ou não é a prefeitura de Palmas responsável pelo atendimento de urgência e emergência na cidade? Ou não é o Executivo metropolitano que se omite na sua obrigação de construir um hospital municipal submetendo-o a outras prioridades eletivas? Ou não são os deputados que aprovam as leis do Executivo estadual, o orçamento, e tem a obrigação de fiscalizar as ações do governo do Estado? Ou não são os senadores os responsáveis pela aprovação do endividamento externo do governo estadual e da fiscalização dos recursos internacionais captados sob o aval da União?
A vontade é tanta que sequer se intimidam com os desgastes que uma campanha colocada com tamanha antecedência é por certo provocadora. Para não lembrar-lhes do compromisso que têm com o eleitor que os elegeu para, nos seus respectivos mandatos, exercerem o papel de parte da solução e não parte dos seus problemas. Afinal, a vida da população não se dá num eterno palanque. Muito pelo contrário.