Paralelo às disputas internas do PSDB (até agora ainda aliado publicamente do prefeito Carlos Amastha) – mas sob uma debacle provocada pelo protagonismo indubitável (quanto inaceitável pela direção partidária) da vice, Cíntia Ribeiro, que tem surpreendido muito marmanjo – ganha espaço o presidente da Câmara, José do Lago Folha Filho, outro ainda aliado do prefeito.
Folha tem protagonizado uma agenda política e administrativa léguas de distância dos ex-presidentes da Câmara da Capital. Em 120 dias deu nova direção às prioridades e estratégias públicas do Legislativo, somando forças políticas, impulsionando transparências nas ações do poder legislativo e discutindo questões que são realmente relevantes para a cidade.
Pode ser ainda prematuro concluir mas tudo indica, a partir de suas ações nestes quatro meses, que, a manter, tanto a dinâmica como as finalidades correspondentes às suas movimentações, vai ganhar musculatura para inserir-se além do cartesiano metropolitano.
Para o prefeito Amastha e seu projeto político pode ser um reforço ou uma perda. Ganha se conseguir manter Folha em sua base, com tudo que avançou. E, o outro lado da moeda, pode sair perdendo com o protagonismo do Presidente da Câmara que, fortalecido e observando sua pauta substancial e até suprapartidária, terá fôlego suficiente para, como criatura, dizer não ao criador no que considere a negação de suas próprias finalidades.
Aparentemente, Amastha (que já tem contratado como assessores municipais ex-prefeitos do interior do Estado de olho em 2018) só tem ganho com Cíntia Ribeiro (dividiu o PSDB e ganhou uma líder que não se acreditava ser) e, agora, com Folha. Mas pode perde-los seguindo a própria lógica da razão política.