Essa questão da expulsão da senadora Kátia Abreu envolve questões outras. O pedido apreciado foi o do PMDB do Tocantins. As provas do posicionamento da Senadora foram recortes de jornais e de publicações em portais e blogs.
A impressão que se tem, entretanto, é que o PMDB do Estado teria sido mera barriga de aluguel de uma decisão de Michel Temer e Eliseu Padilha. Tanto que, ainda correndo prazo de recursos, o PMDB já informou que iria comunicar o Tribunal Regional Eleitoral.
Para operar a decisão (que já teria sido entregue a Romero Jucá, presidente interino) o PMDB mudou até mesmo os titulares da Comissão de Ética. Se antes era Eliseu Padilha, Edson Lobão, Henrique Eduardo Alves e que tais, o partido, para julgar Kátia Abreu, mudou a formação.
A Comissão de Ética que tomou a decisão não é o que se poderia dizer de primor de ortodoxia. O presidente, Eduardo Krause, é um advogado do Rio Grande do Sul ligado a Eliseu Padilha (investigado pelo MPF) Rosemeire Rainha (a relatora), é ligada a Tadeu Filipelli (acusado de receber propina do dono da Gol), Palmínio Altimari é sobrinho de Ulisses Guimarães e aliado de Michel Temer.
Já Arlon Viana é assessor de Michel Temer em São Paulo. Deixou a assessoria especial da Presidência da República após denúncias de seu envolvimento com repasses a Temer. Por último José Luiz Dias Lima é ex-secretário de Representação do governo do Tocantins em Brasília, servidor da Câmara dos Deputados no gabinete da Liderança do PMDB onde assessorou de Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves a Eduardo Cunha.