Tem algo errado na matemática de Mauro Carlesse. Ontem o governo anunciou uma dívida curto prazo (sem empréstimos ou dívida mobiliária) de R$ 1,5 bilhões. Não se sabe de onde tirou os números ou se pagou alguma coisa nestes dias de interinidade (computando-se as duas).
Os servidores, conforme demonstrou ontem a este blog o presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro, tem atestada uma dívida de R$ 2,130 bilhões. Isto mesmo: o governo deveria somente aos servidores públicos R$ 2,130 bilhões. Ou seja, a diferença entre a dívida total anunciada pelo governo e a que tem só com os funcionários é de R$ 600 milhoes.
O governo deve, conforme o Sindicato, R$ 524milhões de concessões de data-base e progressões retroativas de 2016, R$ 250 milhões daquela ADI dos 25%, R$ 140 milhões da data-base de 2017, R$ 98 milhões de retroativos das progressões de 2015, R$ 51 milhões de retroativos data-base de 2015, R$ 150 milhões de consignados, R$ 18 milhões de Brasilcard, R$ 80 milhões de Plansaúde, R$ 350 milhões de Igeprev, R$ 21 milhões de retroativos da PM e Bombeiros e assim por diante (veja o quadro aí em cima).
Ainda assim, Mauro Carlesse teria prometido aos sindicalista na semana passada que iria pagar esses passivos. Pediu tempo. Como só tem mandato de governador interino até julho pediu, pela lógica, com a promessa, que seja reeleito em junho e em outubro, já que o orçamento aprovado pelos deputados sob o seu comando no Legislativo não prevê tais despesas e receitas em 2018.
E aí, menos de uma semana depois disso, o governo diz que possui uma dívida total no valor que equivale a 71% apenas da divida que teria com o funcionalismo."O que falta ao governo é gestão, o governo tem arredadado bem", disse Cleiton ilustrando com despesas por exemplo de aluguéis que o governo paga sem necessidade. "São locações só para atender políticos", diz o sindicalista.
