Enquanto 10% da população do Estado (150 mil pessoas) tem uma renda de até R$3 por dia (R$90/mês/IBGE), 1.617 servidores públicos (0,1%) ganham acima de R$ 18.740,01 no governo. Ou: 208 vezes mais. Ou ainda: 5.300% acima. Os números são de levantamento da Secretaria da Fazenda.
Servidor público merece (e tem o direito) de ganhar bem. E a grande maioria tem esse vencimento por mérito próprio, progressões, concursos públicos. A confrontação com a realidade da economia do Estado (que tem que produzir para pagar isso) é, entretanto, automática e revela, não só que os servidores públicos tem bons salários, mas um substrato da economia regional que registra uma das maiores concentrações de renda no país.
O mesmo filtro presente na amplificação da qualidade de vida da Capital e de elevada renda per capita (e pib per capita) registrada na cidade, subsistente a despeito da incidência de pobreza identificada pelo IBGE em 29,52%. Ainda que a renda domiciliara per capita (soma dos rendimentos mensais dos moradores do domicílio, em reais, dividida pelo número de seus moradores) seja de R$ R$ 1.060,21 (DataSus).
No caso dos servidores, é muito nítida a situação. Ali, 70% ganham até R$ 4.670,00 (37.688 servidores), outros 3.659 ganham de R$ 9.370,01 a R$ 18.740,00 e 1.617 funcionários tem remuneração acima de R$ 18.740,00. São, no total, 53.290 servidores (números de julho/2017).
Se observarmos as aposentadorias, elas seguem o fluxo. As aposentadorias acima de R$ 10.000,00 são 1.986 beneficiários. De R$ 6.000,01 a R$ 10.000,00 recebem este valor 616 aposentados. De R$ 3.000,01 a R$ 6.000,00 (4.531) e entre R$ 937,01 e R$ 3.000,00 recebem 3.836 aposentados de um total de 12.414 aposentados e pensionistas remunerados pelo Igeprev.
