O enxugamento do números de secretarias, anunciado nesta quinta pelo governador Marcelo Miranda, demonstra, a priori, a intenção do Chefe do Executivo de corrigir inconsistências e dar uma nova direção à sua administração.
É uma iniciativa que necessita ser apoiada. Perde um pouco de substância, é fato, em face do vício dos que o cercam, de dar roupagem marqueteira a toda ação de governo, como se o PMDB ainda não tivesse abandonado os palanques.
A população está cansada de slogans abstratos, quer ações concretas, afinal está pagando mais impostos e recebe em contrapartida serviços de quinta categoria. A redução do número de pastas, é, por si só, um dado concreto, que prescinde de gastos de publicidade ou esforço de comunicação para realçar-lhe as intenções.
O Governador voltou atrás na questão do projeto de lei. Decidiu fazer a reforma por Medida Provisória. É também um avanço, dado que Marcelo, ainda que demonstre publicamente ser maleável no trato das questões político-administrativas e com as pessoas, internamente tem dificuldade para aceitar equívocos, para retroceder. Não é lá essa alma compreensiva que aparentemente demonstra.
Que o diga a sua expressão nesta tarde (como vai no Portal T1 Notícias, da jornalista Roberta Tum) quando indagado sobre o movimento grevista na saúde que já dura 44 dias, por cumprimento de acordos e melhores condições de trabalho nos hospitais públicos: ’’Grevista comigo não tem negociação”.
Greve, como se sabe, é um direito previsto em lei no Brasil. Conquistado a duras penas e muitas mortes na luta contra o arbítrio. É um direito que governante nenhum pode solapar e que a expressão de Marcelo Miranda dá entender não ser digno de respeito constitucional.