Sem prejuízo da possibilidade, ainda que remota, de que possa modificar o método que segue a sua razão política, o governador Siqueira Campos, a 20 dias do prazo de desincompatibilização, certamente já terá decidido o seu futuro político imediato. E ele aponta para sua permanência no cargo e a consequente disputa da reeleição. A correr-se o risco de deixar para a oposição, a administração dos quase R$ 3 bilhões de empréstimos que conseguiu autorização legislativa para contrair nos  últimos três anos (cerca de 30% já internados no Estado e mais R$ 2 bilhões previstos para entrar nos cofres).

Não deve ser uma decisão fácil diante do confronto inevitável entre o desejo  imaterial de pai e a frieza do materialismo pragmático para dar sobrevida ao seu grupo, capaz de conservar a hegemonia politica hoje existente. E aí, estrategicamente, angariar tempo para a viabilização, a médio  prazo,  do projeto  legítimo, diga-se,  que persegue, certamente, desde que enxergou em Eduardo seu herdeiro político necessário.

É oportuno frisar que é uma decisão exclusivamente individual, o que supõe situarem-se as lideranças políticas que lhes dão sustentação dependentes da força imanente irradiada por uma espécie de ideologia individual disfarçada de ideologia orgânica que pudesse dar sentido a um projeto político comum, pautado pela sintonia de convergências e divergências. Reforça o emprego da razão siqueirista, com efeito, o próprio prazo a que se deu, recentemente, o Governador,  como condição necessária à sua dialética interior já que não se imagina, em circunstâncias normais,  Siqueira saindo de férias para descansar com o calendário eleitoral em curso.

Observado o cartesiano, pragmaticamente não haveria dúvidas. As pesquisas indicam alta rejeição ao pré-candidato do governo. De outro lado, o governo vai mal. Diferente do que prometem entregar deputados e prefeitos trânsfugas, já se transformou quase um conceito que o grupo é um “mal” para o Estado e para a democracia. E isto por força de suas próprias escolhas, erros de cálculo nos seus atos políticos e administrativos, ainda que, em certos casos, cometidos por necessidades internas de caráter organizativo, mas que não conseguiram passar à população a idéia de existência de um projeto orgânico, coerente, em função da própria ideologia individual dominante.

O resultado é que em qualquer esquina, nas igrejas, nas ruas ou nos bares, a avaliação do momento é a mesma, situação  difícil de ser revertida com marketing institucional e propaganda eleitoral. Uma decisão por disputar a reeleição, assim, seria a mais indicada por envolver apenas um passivo a eliminar e combater: o desgaste do governo. Com Eduardo, as dificuldades são potencializadas, seja pelas elocubrações sobre parentesco (conceito de oligarquia) como pelos métodos considerados heterodoxos de fazer política que utiliza.
 Um terceiro nome? Improvável, não por suas qualidades mas justamente em função delas, provocadoras, pelo que podem projetar, de inseguranças quanto a ações futuras, como sempre se antecipou, cautelarmente, a razão siqueirista.

É o que, parece, se dá. A reforçar a narrativa,  emergem as próprias declarações dos interessados, como vai no Jornal do Tocantins de hoje, de que não há Plano B: seria Eduardo e pronto. Sucede que pela razão siqueirista, declarações políticas sempre tem sinal contrário, denotam vetor invertido. E ele, por mais irrazoável que possa parecer admitir, diante das forças que conduzem o processo político-administrativo do governo, neste aspecto, por força de sua liderança, história e expertise política, ainda prevalece. A conferir.

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