Alguns leitores me mandam mensagens do tipo “pô, LA, já passou as eleições”, querendo que este blog amenize com análises sobre as ações do governo. Donde se conclui, a partir dessa premissa, que: 1) as críticas postadas aqui eram (ou seriam) eleitoreiras e 2) Tinham, portanto, interessarie em influenciar no resultado das eleições. E, por último, 3) o blogueiro estaria, nas críticas, sendo impulsionado por forças alienígenas à sua consciência.

Poderia utilizar, a priori, o próprio raciocínio dos leitores (que o fazem na boa fé, pois alguns são seguidores antigos): 1) Como já passaram as eleições e as críticas continuam, não haveria relação de causa e consequência. E : 2) se não existiria conjunção entre causa e efeito, certamente não haveria algo daí desdobrado, posto não existir sujeito sem objeto e vice-versa. Afinal, se assim o fosse, não haveria mais necessidade de críticas, certo?

 Pois é, mas o arquivo do blog está aí, e ele demonstra de forma inequívoca que aqui se tece comentários indistintamente do ocupante do Palácio Araguaia. É assim desde a sua entrada na rede em 2010. De lá até aqui já passaram pelo governo três governadores de correntes políticas distintas. O compromisso é com a análise dos fatos, um mero exercício de lógica elementar, a partir do ponto de observação do blogueiro.

Ainda que fosse possível, como se daria, por exemplo, uma análise (positiva ou não) dessa negação do governo do Estado de não informar quanto, quando, onde foi aplicado nem como se deu o ressarcimento daqueles R$ 36 milhões retirados ilegalmente das contribuições dos servidores do Igeprev em agosto, em pleno período eleitoral? Há cerca de dez dias, Igeprev e Secretaria da Fazenda negaceiam a informação, como se seus gestores estivessem sendo cobrados a mostrar seus extratos bancários particulares?

Se não bastasse a existência de uma legislação específica sobre o assunto, a Lei Complementar 101/2009, a Lei 12.257/11 e o artigo 5º da Constituição (que determinam, de forma inequívoca. a transparência no serviço público em tempo real, dispondo inclusive sobre penalidades), não houvesse inconsistências, o governo diria que repassou tal dia, tal valor na conta tal. E que utilizou, por dois meses, os recursos (ainda que de forma ilegal) para pagar aquilo!!! Pronto!!

Não provocaria na sua verdade universal que aparenta guardar, a especulação acerca de verdade particulares inconfessáveis dela deduzidas. Uma delas: mesmo encurralado pelas denúncias do Igeprev, o governo estaria envolvido em problemas fiscais, orçamentários e financeiros maiores, que exigem solução a curtíssimo prazo: a LRF que pode inviabilizar Sandoval Cardoso e uma penca para 2018. Seria, a mãozada no Igeprev, um risco calculado, mera administração de relação de custo/benefício,  onde o fundo do Igeprev seria um dos instrumentos. No Igeprev, ações penais têm mais prazo.

Ontem, por exemplo, o Globo publicou uma matéria onde informa que a contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, disse que teria sido procurada para operar investimentos no Igeprev. Youssef é aquele doleiro acusado na Operação Lava-Jato. O assessor de um deputado (que teria sido também assessor de um senador do Tocantins) teria relatado à contadora,   que “eles precisavam da comissão para pagar dívida de campanha’. Entenderam? Ela própria informa que os mesmos personagens fizeram aquela operação do Igeprev de R$ 13 milhões (com a agência de viagens do doleiro), prejuízo já contabilizado. Mas tem outro doleiro na história: o Fayed Traboulsi, preso na Operação Miquéias  onde também o Igeprev está envolvido. Nesta investigação, que tramita no STF e no TRF, apura-se o envolvimento de quatro deputados federais, dentre eles, o ex-candidato ao Senado, Eduardo Gomes, curiosamente tido como um dos coordenadores da campanha de Aécio no segundo turno presidencial!!!

Eduardo Gomes foi o candidato a Senador na majoritária de Sandoval, que sucedeu Siqueira, cujo governo era administrado pelo filho Eduardo Siqueira, presidente do Conselho de Administração do Igeprev no período das aplicações irregulares. E aí? Haveria condições de transparência? A falta dela seria consequência do perfil das personagens do enredo? A quem beneficiaria a falta de transparência na informação sobre as operações a ações no Igeprev? À população? Ora, vá, lá....me ajude aí!!

Fragmentos do caderno do doleiro e gravações da PF publicados pelo Portal G1 (da Rede Globo)  em  um dos diálogos, Eduardo Gomes conversa com o doleiro para marcar encontro com um prefeito. Ainda conforme a PF (publicado no G1), uma agenda de Fayed apreendida traz anotações de valores ao lado de Eduardo Gomes: R$ 60 mil, R$ 250 mil e R$ 100 mil. A PF, porém, não informa do que se tratam os valores. Conforme a PF, foram identificados dois depósitos de R$ 100 mil cada um na conta de um funcionário de Gomes. As transferências foram feitas, afirma a investigação, por empresas e pessoas ligadas ao doleiro Fayed. Eduardo Gomes nega as acusações e chegou até mesmo a informar que havia feito um empréstimo do doleiro.

Por fim, esse mesmo Igeprev onde o governo abocanhou R$ 36 milhões em agosto (e se nega a prestar informações detalhadas sobre a operação), tem R$ 852 milhões de reais praticamente perdidos (aplicações temerárias), conforme análise do Ministério da Previdência. O rombo pode chegar a R$ 1,015 bilhão.

Como se nota, a partir da verdade universal imposta pelo governo, tem-se a possibilidade de dedução de várias verdades particulares. Ou seja, a negação da administração em prestar as informações verdadeiras termina por provocar a indução a verdades deduzidas e pensadas.

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