Estatística é assim: a média pluviométrica no Estado situa-se entre 1200mm e 2000mm anualmente. Isto dá uma precipitação média de 166mm de chuva por mês. Dez!!! Não escamoteasse o fato de que em meses como junho/julho/agosto, por exemplo, ela se situasse (a precipitação registrada) na faixa dos 10mm. Pela estatística, assim, não existiria a seca dos mais de 120 dias sem chuvas porque passa o Estado todos os anos.

O IBGE divulgou ontem o Sistema de Contas Regionais/2015. Ainda que com números de dois anos atrás (e comparado a 2014), não deixa de ser um referencial. É fator utilizado, por exemplo, no cálculo dos repasses de transferências federais. Normal. Nele, o Tocantins teria registrado o terceiro menor crescimento negativo do PIB no país (-0,4%), contra os 3,5% negativos do Brasil. Teríamos, portanto, motivos para comemorar e aumentar crédito aos governos.

O problema reside no fato da política começar a fazer uso disso como propaganda de governo. Ademais, comemorar crescimento negativo só mesmo nestes desvios da língua. Seríamos uma ilha de crescimento no país com um PIB de R$ 28,9 bilhões (como registra a pesquisa) que levaria a um PIB per capita de R$ 19 mil/ano para cada cidadão do Estado. Um doce. Ainda que o rendimento nominal médio domiciliar per capita no Estado ( pelo mesmo IBGE/2016) situe na faixa de R$ 863,00. Estatísticas.

No estudo do IBGE, 46,6% do PIB do Tocantins é de salários de empregados. Um índice de 53,4% tem origem na produção/Excedente operacional bruto e rendimento misto bruto/impostos. Na produção, a participação da soja no desempenho verificado é de 16%, o que atenuou a queda de 8,3% no PIB (crescimento negativo verificado de -4% 2014/2015).

Pelo PIB per capita divulgado no estudo do IBGE, como se começa a propagar sublinhando resultado de ação de governos (mesmo que a soja como commodities não pague imposto e não dependa do governo, tampouco tenha valor agregado) estatisticamente a população do Estado teria uma renda superior à de Amapá (PIB per capita anual de R$ 18 mil), Sergipe (R$ 17 mil), Acre (R$ 16 mil),Pernambuco (R$ 16 mil), Rio Grande do Norte (R$ 16 mil), Bahia (R$ 16 mil), Pará (R$ 16 mil), Ceará (R$ 14 mil), Paraíba (R$ 14 mil), Alagoas (R$ 13 mil), Piauí (R$ 12 mil) e Maranhão (R$ 11  mil).

Estado em que o mesmo IBGE, também estatisticamente, registra índice de pobreza de 41,28%. Sendo, ainda, destes, 10% da população sobrevivendo na extrema pobreza. Ou: perto de 150 mil pessoas vivendo com menos de R$ 90,00/mês.

Mas temos um PIB per capita anual de R$ 19 mil. Ou R$ 1.583,00  mensais para cada um dos 1,5 milhão de habitantes. Mesmo apenas 42,7% (663 mil pessoas) da população economicamente ativa esteja ocupada (57,7% desempregadas).

 

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