Caros, este foto correu as redes sociais no sábado não sem razão. Ela registra o deputado federal Junior Coimbra num jantar com o governador Sandoval Cardoso, os deputados Vilmar do Detran, José Geraldo e Osires Damaso (presidente da Assembléia no lugar de Sandoval). Estariam jantando em Araguacema, depois de uma reunião política na sexta. Junior Coimbra preocupa-se, como se nota, mais com o prato que com a mesa onde come, onde se percebe claramente o comando, muito bem explicitado no olhar do Governador, como caça e caçador.

Perceba que é um olhar fixo, com brilho intenso, de quem tem o comando, que reflete o seu estado emocional . Dá, de certa forma, sentido a uma afirmação que Sandoval teria feito semana passada a um ex-Secretário da Fazenda, de que não deixaria Marcelo Miranda ser candidato, exercitando suas herdadas e  descuidadas onipotência e onisciência para selar sentenças num regime democrático. Ali, na mesa, com Junior Coimbra em genuflexão, o Governador está fazendo um “É Tois”.

Seria, de outro modo, um convescote como outro qualquer entre confrades não fosse Sandoval candidato à reeleição no governo por um partido (SDD) e Junior Coimbra fosse candidato à reeleição a deputado federal,  por uma legenda, PMDB, do qual era até dias atrás presidente regional, que também tem um candidato ao governo. E não se estivesse em plena campanha eleitoral. Ainda mais inusitado pelo fato de Junior Coimbra ter conseguido suspender, também atrás, um processo de expulsão do partido, temporariamente, negando justamente o que afirma, categoricamente sem qualquer cerimônia, em mesa tão farta.

O ex-presidente do PMDB pode justificar-se, afinal janta com quem quiser e deve mesmo ser amigo de Sandoval. O problema é o contexto, a legislação partidária e o sistema democrático representativo eleitoral do país. Junior Coimbra foi retirado da presidência do partido porque a Comissão Executiva Nacional entendeu que o não cumprimento de acordos tinha como finalidade inviabilizar uma candidatura do partido ao governo, em benefício justamente de Sandoval. Junior chegou a fazer uma convenção ilegal, contrariando decisão da Executiva Nacional, provocando rachaduras no PMDB que, por lógico, tinha como resultado prático fragilizar o partido e sua candidatura com as dissensões e consequentes defecções. Mas, ainda assim, obteve legenda para registrar candidatura numa decisão condescendente da direção nacional partidária, como aquela foto de sexta está a debochar.

Seria prudente, por este ângulo, que evitasse dúbias interpretações por um simples motivo: em politica não se permite dúvidas quanto a apoios e, especialmente, a lealdade e fidelidade ao partido já que sem este, não há possibilidade de existir candidatura. No caso específico, seria mais em conta que, ao invés de utilizar a capilaridade que possui no PMDB no Estado ao lado de Sandoval, estivesse na mesma sexta-feira fazendo o mesmo com o candidato do seu partido ao Governo que, no mesmo dia também estava a pedir votos, ainda que em outra cidade.

E olha que o deputado federal Junior Coimbra dizia na sua defesa antes da intervenção que tinha a maioria dos delegados do partido no Estado (anunciou 106 que nele votaram na sua convenção para candidatar-se ao governo), ainda que patine nos 3% de intenção de votos contra os 48% dados a Marcelo Miranda na última pesquisa desta semana. Estariam os delegados daqueles 106 municipios seguindo uma flauta de Hamelin hipnotizados como ratos ou crianças, direcionados ao Palácio Araguaia?? Pela foto, Sandoval não parece satisfeito em ter recebido apenas Junior Coimbra. Pelos fatos, é dado inferir-se que faltou parte da mercadoria. Daí a expressão do seu olhar. O problema é que o flautista parece ter perdido seu instrumento.

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