É provável que a maioria dos parlamentares não se importe. Mas na prestação de contas do Executivo ontem, os secretários demonstraram que o governo vai gastar em 2017 um índice de 6,8% do orçamento com o serviço da dívida (está na LOA).
Significa um gasto de R$ 750 milhões/ano com o pagamento de juros, encargos e prestações dos empréstimos. É um valor que vai aumentar em 2018, caso sejam contratados os empréstimos de R$ 729 milhões com o Banco do Brasil e a Caixa aprovados pelos parlamentares.
Este contratos são de 10 anos com taxa Selic e que acrescentarão ao ano mais R$ 146 milhões entre juros, encargos e prestações. O que elevará os encargos da dívida a R$ 896 milhões/ano (8,12% do orçamento).
A diferença entre o que os deputados aprovaram para o custo da dívida a partir de 2018 e os gastos com a dívida em 2017 (1,32%) é maior que o valor destinado a investimentos em 2017, previsto em 1,2% do orçamento. Uma conta surreal. Ou: mais despesa com dívida que com investimentos.