A aventada possibilidade de o PR passar a integrar o grupo de partidos de sustentação da reeleição de Marcelo Miranda, do MDB abre possibilidade para a provocação de movimentação de outras legendas em direção ao Palácio Araguaia.
É aquele negócio de quem chega primeiro, bebe água limpa, pode ocupar os cargos da proporcional e da majoritária na exata medida do poder de atração que todo governo possui por dispor dos recursos da máquina e de sua densidade eleitoral.
Como avaliei ontem, Ronaldo Dimas, depois de encontrar-se com Derval de Paiva (presidente regional do MDB) não será mais o mesmo. A amplificação do chapão sem qualquer cuidado em negá-lo ou disfarçá-lo indica uma escolha que, se ainda não tomada, é, por certo, a partir disto, de difícil retorno sem que cause mais prejuízo aos projetos do PR.
O MDB tem um candidato ao governo que já é governador. Não é plausível que Dimas, um engenheiro e calculista político, o procure na perspectiva de fazê-lo desistir da pretensão legítima a que tem direito. Sem avaliação das previsíveis consequências.
O MDB tem a máquina, poder político real. E é razoável supor que outros pré-candidatos a quem interessaria uma composição ao PR, tem apenas, até agora, perspectiva de poder político. E ainda assim certo modo dependente do desempenho do próprio governo.
Na verdade, é apenas a sequência daquela conversa de 2017 no Palácio Araguaia, objeto de vazamento por parte do próprio g
overno, quando praticamente teriam acertado um acordo político o governador Marcelo Miranda, Ronaldo Dimas, Vicentinho Alves, César Hallun e Lázaro Botelho.
Na sequência, não sem o apoio de Ataídes Oliveira, do PSDB, os congressistas direcionaram a Marcelo Miranda a competência para liberar diretamente aos municípios as verbas de emendas de bancada. Tudo dentro do script muito lógico. Falta agora, tudo indica, o mesmo acerto com Hallun, Botelho e Ataídes. Uma mera questão de tempo.
Afinal, entregaram a faca e o bolo a Marcelo. Não participar do banquete seria, obviamente, uma burrice, numa eleição onde o fator dinheiro será milimetricamente contabilizado.