O presidente Michel Temer decidiu ir pro tudo ou nada. Pior é que a situação leva à dedução de que estaria mais próximo do segundo que do primeiro.
O troca-troca entre Ministério da Justiça e Controladoria Geral da União feito ontem indica:1) preocupação com o foro do suplente de deputado Rodrigo Loures (flagrado com a mala dos R$ 500 mil) – que seria mandado para o juiz Sérgio Moro caso Osmar Serraglio deixasse o Ministério e 2) medo do ativismo da Polícia Federal, que o ex-ministro da Justiça não estaria controlando.
Como é possível concluir, em ambos os casos Temer estaria praticando o que condenara na ex-presidente Dilma Roussef e que teria impulsionado a adesão ao impeachment.
Mas o problema não reside só aí. Temer, a priori, sofre em pelo menos três frentes: 1) a ação do MPF impetrada na quinta dando conta de que o presidente teria confessado vários crimes; 2) os pedidos de impeachment e 3) a ação de cassação do mandato da chapa Dilma/Temer, com julgamento previsto para 6 de junho no TSE.
Na primeira, se o MPF oferecer a denúncia, o STF pede autorização da Câmara dos Deputados (dois terços dos votos) que, se aprovada e o STF aceitar a denúncia, Temer é afastado.
Na segunda, os pedidos de impeachment, a Câmara (também por dois terços) se aprovada, o processo segue para julgamento no Senado. Por maioria simples (metade dos presentes com quórum mínimo de 41)o Senado aprova ou não a sequência do processo. Aprovado, Temer também é afastado.
Por último, no terceiro (TSE) se a chapa for derrubada, Temer também é cassado.
Não é pouca coisa para se administrar. Dilma respondia apenas por crime de responsabilidade e deu no que deu na forma conhecida.
Temer, agora, parece querer defender sua biografia. Mas é uma página que já foi escrita, pelo jeito. E aínda tem a economia do país.