A informação de que o PT poderá vir a apoiar uma candidatura da senadora Kátia Abreu ao governo (declarado por Lula no sábado) movimenta o sistema palaciano em pelo menos duas frentes: 1) parlamentar/política e 2) comunicação de governo.
Na primeira, o Palácio incentiva as deputadas que comanda (na Câmara) a espinafrar Kátia Abreu, deixando de lado a relação de causa e efeito no processo. Ignorando o pensamento (e a práxis) dos líderes nacionais que juram defender. O partido é minoria na bancada. Não tem apoio (nem parlamentar) no Senado e apenas três dos 24 deputados estaduais.
Uma delas: o descumprimento, por parte da Executiva regional do PMDB ao acordo de paridade nos diretórios e comissões acordado com a Executiva nacional em 2015 em desfavor de Kátia Abreu. E que em tese suscitaria um pedido de intervenção, afinal descumprimento semelhante embasou a intervenção na presidência de Junior Coimbra. Interposta por esses mesmos integrantes do PMDB.
Dia seguinte de tomar posse na presidência, Derval de Paiva (ali colocado por força dessa negociação) apropriou-se de todas as comissões criadas pela parlamentar no exercício da presidência da comissão interventora. Kátia quedou-se inerte.
Na outra ponta, o Palácio intensifica a propaganda oficial, algumas falaciosas, mero exercício de abstracionismo não fosse paga com recursos públicos. Como é essa de que teria entregue 11 mil cisternas no Sudeste, uma mentira deslavada. As cisternas começaram a ser entregues no governo Siqueira Campos, são recursos viabilizados no governo passado.
É uma estratégia que custou de janeiro a julho de 2017 um valor 30% superior a toda a verba de propaganda empenhada em 2016 (retiradas despesas com pessoal e outras despesas correntes), conforme o Portal das Transparências desta terça.