Quando o líder sovíetico Nikita Khrushchov apresentou seu discurso secreto, chamado de  "Do culto à personalidade e suas consequências",  foi dado início à desestalinização da União Soviética. Ali, talvez, o início da derrocada da tirania que amordaçou as liberdades e matou mais de 4 milhões de pessoas. O culto à personalidade, como tal, tem suas consequências. No caso, as mortes, a tirania do Estado (personificado no líder) e, portanto, a inexistência de liberdade, corolário de uma democracia. Era uma época em que Stalin inventava crimes contra adversários para extirpá-los da sua vida. O que pensava, deveria ser o pensamento de todos. Se não concordassem e mesmo assim se enfrentasse as vilanias, o resultado era o paredão.

Sempre me opus ao debate que se dá entre o bem e o  mal. Isto porque, conceitualmente, cada um depende do referencial e por onde se o observa. Há casos, entretanto, em que eles se apresentam de forma cristalina e aí não faz sentido discutí-los e sim enfrentá-los, pelo mal que trazem consigo. Antes, um adendo, vamos ao assunto do momento:liberdade de expressão e vilanias. Conheci a jornalista Roberta Tum lá no inicio dos anos 80. Ela no histórico Cinco de Março/Diário da Manhã (depois Edição Extra), do Batista Custódio e eu na Assessoria de Comunicação da Caixa, depois de deixar o também tradicional jornal Folha de Goiaz.

Lá se vão mais de três décadas e continuamos no mesmo lugar, do ponto de vista da construção de riquezas financeiras. Terras, nem debaixo da unha, seguindo a hierarquia de bens que, na sua moral, cada um a tem. Na verdade, seguimos, (como tantos) a tal cordilheira da humanidade que separa pessoas boas de más, aquelas que vegetam no atraso, basicamente devido a possíveis acasos de hereditariedade e cujo cérebro não se desenvolveu. É o conhecimento que nos levar a fazer uso da liberdade, discernindo, sob o ponto de vista da moral, o certo e o errado. Pois é.

 Há dois dias enfrento uma crise de hipertensão que achava domada, o que terminou me obrigando a não postar artigos ontem. Sigo mesmo com atraso. É produto das escolhas por decidir navegar nos escaninhos das almas (às vezes  nem sempre compreendido) especialmente dos políticos, e dali tentar enxergar o óbvio por vezes encoberto, o que exige leitura e raciocínio. Como a grande maioria dos que optaram por viver  do pensamento por livre vontade e não na persecução de riquezas.

 Na hierarquia de bens, a falta de tempo para ganhar dinheiro ou pensar em projetos para tungar os cofres públicos ou privados (como o faz a maioria dos políticos), portanto, não é simplesmente inexistência de oportunidades e se escrevesse, no caso,  apenas porque existiria a falta de tempo para aquilo. É uma falta de tempo no sentido de desprezo em dele ocupar-se na  régua dos maus.

Faço um corte: ontem, com a defesa da deputada jornalista Solange Duailibe, os deputados Stalin Bucar e Wanderlei Barbosa , atacaram, mais uma vez, a jornalista Roberta Tum e o seu Portal. São reincidentes. Stalin já usou de homofobia contra a jornalista e, curioso, o fato não obteve defesa convincente dos tais movimentos sociais. Os mesmos que agora se aliam na critica ao deputado Feliciano, aquele da Comissão de Minorias da Câmara. Como um coronel do século XX!, vomitou,então,  da tribuna o valente  Stalin contra a jornalista. ”Ela não poderia jamais sentir a dor de uma mãe quando vê um filho ser caluniado, difamado, pois não é mãe, nem nunca poderá ser por que não tem namorado, tem namorada". Ou seja, na sua clivagem, mulher não pode ser mãe por opção. E,ainda mais, se assim o for, sua  opinião  ou posicionamento teria um valor menor, dentro da particular escala de valores do parlamentar. Preconceito genuíno ao tratar as pessoas e o seu pensamento por suas opções.  Um brucutu que deveria estar enjaulado em outro lugar. Já Wanderlei, na semana passada, chamou de vagabundo o jornalista Eduardo Lobo, do T1 Notícias, que cobre a Assembléia.
 Pela linguagem e métodos, se os conhece.

Pois bem. Voltando lá atrás, naquela época (inicio dos anos 80) em que a Roberta Tum já atuava profissionalmente nas redações, o atual deputado Wanderlei Barbosa se contentava em ser filho de um vaqueiro que chegou a capataz de fazenda em Taquaruçu e depois prefeito do distrito emancipado. Uma currutela,  quando levava-se um dia de carro de Porto a Taquaruçu. Trabalho digno, claro.  E que depois, pelas mãos de Siqueira Campos virou o primeiro prefeito da Capital. Sua administração é conhecida, acompanhei de perto como coordenador de redação do Jornal do Tocantins, as denúncias e tal, lá no início dos anos 90. Já Stalin, no período, devia estar tentando “conseguir” formar-se em direito (que resultou naquele processo na OAB e na Justiça Federal, acusado de forjar documentos de conclusão de curso) ou fazendo das suas no IBDF, antes de tornar-se prefeito em 82.. Solange sequer tinha noção do que era jornalismo. Tampouco o seu atual marido, o ex-prefeito Raul Filho, era prefeito (só foi eleito prefeito de Araguaçu em 1.982 com 22 anos de idade).


Transcorridos esses quase 30 anos, Roberta Tum continua no mesmo lugar e só tem de patrimônio o pensamento. Wanderlei Barbosa, que não se tem conhecimento tenha trabalhado com afinco, declarou em 2010 R$ 431.920 de patrimônio.  São duas fazendas (em Aparecida do Rio Negro), uma chácara (em Taquaruçu), uma casa (em Taquaruçu), duas salas comerciais em Palmas (Oficce Center)  300 cabeças de gado. Imagina, isto tudo aí somariam apenas R$ 431 mil. Pergunte  quanto vale uma sala no Oficce Center e pesquise quanto está uma arrouba de boi. Mas não é o caso. Já Solange Duailibe declarou em 2010 bens que somam a cifra de R$  1.520.543,67.Isto mesmo, um milhão e meio. Solange nunca trabalhou na vida, apesar do diploma. Saiu da cozinha para ser deputada, o que não é demérito nenhum e nem inusitado no Palácio João de Abreu. Disso tudo aí, R$ 237 mil em cash no Banco do Brasil e na Caixa. E por último, Stalin Bucar declarou em 2010 possuir bens no valor de R$ 1.032.806,76. Isto mesmo, um milhão.
Esses deputados aí fizeram parte do loteamento do governo em 2010, aprovaram aquelas contratações sem licitação na Assembléia, que possibilitaram alguns milhões de prejuízo para o Parlamento. Nas secretarias loteadas, foi uma farra, alguns levaram até computadores. Estes mesmos que agora aprovam um auxilio moradia e já tem alguns propondo auxilio doença Os casos são inúmeros e é desnecessário citá-los.

Elenco essas informações, que são públicas, para estabelecer parâmetros sobre quem se ocupa do quê. E aí uma lembrança inevitável. Esses políticos utilizam do jornalismo para ganhar visibilidade. Mas quando essa visibilidade atinge diretamente suas fraquezas que transformam suas virtudes em vicios, assumem a postura dos maus, seguindo, com o escrevi lá atrás, o princípio da hereditariedade. Como não tem conhecimento algum de nada, vêem seus cargos como propriedade particular e deles se locupletam. Solange segue Raul Filho (um tiranozinho no particular), Wanderlei, ao pai (uma espécie de coronel do sertão) e Stalin, sua veia autoritária própria, também produto de arbitrariedades antepassadas ou talvez no seu subconsciente se acha um Josef Stalin, 
aquele que, por ideologia, mandou para a morte  mais de 4 milhões de pessoas. Nos dias de hoje,  Seria apenas uma questão pessoal deles se as suas vilanias não atingissem um poder constituído, o Legislativo, fundamental na garantia da democracia e justamente um abrigo da cidadania. Neste particular, portanto, os deputados estão certamente no lugar errado. A Tum está onde sempre esteve: do lado dos bons. E como todo cidadão tocantinense, que paga os R$ 94  mil por mês a cada parlamentar, aí incluídos os três mosqueteiros da vilania,  quer ver, ali, no parlamento, sua defesa cidadã. E não servidores bancados com recursos públicos para atingir moralmente um representante do público.

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