Esse negócio da Defensoria/MPE/MPF ir ao HGP pedir para servidores da lavanderia e cozinha do Hospital Geral de Palmas trabalharem sem salários (estariam em atraso) é uma situação interessante. Isto porque, em condições normais, a razão indica que deveria cobrar do governo o pagamento. E não a mão de obra sem remuneração.
É algo que não se via quando os servidores da Litucera nos mesmos setores entravam em greve por falta pagamento em decorrência da inadimplência da Secretaria de Saúde com a empresa. Não se viu ali, as instituições irem aos empregados pedirem para dar uma folga à empresa (na verdade ao governo) nos atrasos. Pelo contrário.
Um tratamento certamente diferenciado. As críticas das instituições (e do sindicato dos trabalhadores) eram quase que diárias devido aos atrasos que eram, na verdade, proporcionados pelo governo.
A Litucera foi enxovalhada, deixou os serviços, o governo ainda não pagou a dívida de R$ 80 milhões, apropriou-se dos equipamentos da empresa e não os devolve, mesmo com ações judiciais.
E os órgãos vão lá, diante da mesmíssima situação criada pelo governo, pedir para os trabalhadores deixarem a greve sem receber. Pior: eles teriam aceitado.
Em tempo: os pregões para lavanderia e alimentação dos 18 hospitais do Estado estão suspensos por irregularidade e inconsistência explícitas nas propostas e resultados que o governo só não homologou por força dos questionamentos judiciais.
Ilegalidades tão primárias quanto imprudentes, como você já leu aqui.
