Na lógica (ciência) há um fundamento denominado retorsio argumenti: o argumento que o adversário quer usar em seu favor pode ser mais bem utilizado contra ele.

O Jornal do Tocantins atribui à Secretaria de Administração nesta terça a informação de que o Estado não teria pago os prestadores de serviço do Plansaúde porque teria priorizado o pagamento de salários (folha de R$ 308 milhões/setembro). Já acrescida do percentual da data-base de 2016 negociado em três parcelas em setembro do ano passado. Nada além do que o leitor já fora apresentado por este blog no  sábado passado.

Ou seja: há um ano o governo tinha acertado que fecharia o pagamento da data-base em outubro. E assim o fez. Poderia não fazê-lo, jogar para o próximo ano, se não tinha dinheiro, como defenderam os secretários técnicos do governo.

Vai que o núcleo decisório do governo achava que com o valor adicional da data-base os servidores poderiam pagar atendimento na rede particular de saúde.

Uma dedução lógica indicaria que o governo, sabendo do compromisso, executasse um planejamento nestes doze meses para poder acertar o acordado sem prejuízo de outros setores.

O governo fez, entretanto, o contrário: de dezembro de 2016 a agosto de 2017 (sem contabilizar a parcela da data-base de setembro) aumentou as despesas com pessoal em R$ 622 milhões (R$ 4,370 bilhões/dez/2016 – R$ 4,992 bilhões/ago/2017) e a receita corrente líquida em apenas R$ 78 milhões (R$ 7,293 bilhões/dez/2016 – R$ 7,371 bilhões/ago/2017).

Esse buraco aí de meio bilhão de reais entre RCL/Despesas com pessoal (e ainda tem outras despesas) não tem como o governo terceirizar. De forma que quando faz uso do argumento, estão apontando o próprio pé.

Daí não se ver o Governador tampouco o Secretário de Administração  virem a público informar (preferiram uma nota ao JTO) os motivos de não pagar R$ 70 milhões (o JTO de hoje cita uma cifra maior, R$ 100 milhões) e não se preocupar com os 90 mil usuários (cujos titulares pagam suas contribuições descontadas nos salários) sem atendimento por obra única e exclusiva da Administração.

E ficar naquela de atendente de operadora de telefone: estaria agendando uma nova rodada de negociações para solucionar a questão.

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