Sabe aquela pessoa que pula do 12º andar e até o sexto pavimento, na queda livre, em movimento uniformemente acelerado pela força gravitacional,  nada aconteceu ainda? Situação semelhante passa o governo na questão do Igeprev. Apesar de tangenciado negligentemente durante a campanha eleitoral, o corpo do rombo do Igeprev vai cair a qualquer momento. É a lei da física. E com eles, seus responsáveis identificados.

No Jornal do Tocantins de hoje o Ministério da Previdência confirma que há R$ 852 milhões em aplicações irregulares em nove fundos. Apenas no NSG Capital (o do Porcão, em estado quase falimentar) foram aplicados, como vai no Jornal do Tocantins desta quinta, R$ 414,2 milhões. Isto equivale a 12,60% de todo o patrimônio (ativo) do Igeprev. Em outro fundo, o Incentivo FI Diferencial (conforme o JTo) o Igeprev tem aplicados R$ 35 milhões. Isso é 100% do capital do fundo. Ou seja, o Igeprev é praticamente o dono do fundo em que investiu.

O grau de irresponsabilidade da turma (dando de barato que o tenham feito na boa fé) mede-se pelo  montante do prejuízo. Ele pode chegar a R$ 1,015 bilhão (42% do patrimônio do Igeprev). É questão de dias para o Ministério da Previdência demonstrar isso na prática. E até agora não se tem notícia de acusações formais (apenas quatro deputados sendo investigados no STF). Um escárnio.

É um problemão também para a população que não o criou. Isto  porque o governo terá que repor essa grana que vai para outro bolso. E o fará com recursos do contribuinte. Justamente porque estes fundos temerários e seus papéis, como ligados a uma quadrilha investigada pela Policia Federal, ou não poderão repor o dinheiro, na hora do resgate ou será liquidado pelo Banco Central. Prejuizo é questão de tempo. Sem falar na desidratação do valor dos papéis, cujo deságio vai,certamente, para o bolso de alguém.

Para você ter noção do prejuízo leitor, veja as aplicações temerárias que um grupo, com todas as características de um bando organizado para locupletar-se dos recursos dos aposentados, realizou.  São dados do MPS do segundo semestre de 2013. Divirta-se.

A - Aplicações do Igeprev em Fundos administrados pela quadrilha do doleiro Fayed Traboulsi
1 -Fundo de Investimento Diferencial Renda Fixa Longo Prazo- R$ 136 milhões. (administrado pela BNY Mellon).  
2-Fundo Adinvest Top Fundo de Investimento Renda Fixa- R$ 22,3 milhões.  (administrado pela BNY Mellone tem parte em sua composição papéis da Brasil Food, conhecida como Porcão).
 
3- Fundo Patriarca Private Equity Fip-R$ 59,3 milhões(administrado pela BRL Trust DTVM)
 4-Fundo de Investimento Renda Fixa Elo-R$ 66,6 milhões( administrado pela BRL Trust DTVM)  
5- Fundo Vitória Régia Fundo de Investimento de Renda Fixa Longo Prazo-R$ 30 milhões(administrado pela BNY Mellon)
6- Fundo Golden Tulip Belo Horizonte FI-R$ 50 milhões ( administrado pela BNY Mellon).
Total investidos pelo Igeprev nos fundos identificados pela PF como indicados pela quadrilha R$ 364,2 milhões.

B - Aplicações em fundos temerários que PF suspeita integrem o portfólio da empresa do doleiro Fayed

1-FI RF Eslovênia (Administrado pela BRL Trust_ - R$ 24,5 milhões
2-Eco Hedge Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado Longo Prazo-R$ 100 milhões

C - Aplicações em fundos onde predominam papéis do Grupo Porcão

1- FI Onix RF LP- R$ 265,4 milhões. 60% desse fundo é composto por títulos da Brasil Food. Nesse fundo, que tem prazo de carência de 2550 dias para resgate e taxa de 30% de multa para resgate antes do prazo, o Igeprev era o único investidor.  
2- FI Multimercado FP1 Longo Prazo, o Igeprev aplicou R$ 130 milhões. 100% desse fundo é composto por papéis da Brasil Food. Esse investimento tem prazo de 2521 dias para a disponibilização dos recursos sem taxa, que é de 30%. Nesse fundo o Igeprev era responsável por 58% do aporte financeiro.  
3- NSG FIP Varejo Alimentos, o Igeprev-R$ 52,4 milhões. O fundo, composto 100% por títulos da Brasil Food, prevê 12 anos para resgate.  
4- Fundo Roma FI RF CP Previdenciário- R$ 49,5 milhões. Esse fundo é composto 46% por títulos da Brasil Food, e o Igeprev aportou 48% do investimento.  
5- Fundo BTG Pactual Absoluto Inst. FIA - R$ 20,2 milhões. Esse fundo é composto por papéis de 5 empresas, sendo uma delas a Brasil Food.  
Total das aplicações ligadas ao Grupo Porcão – R$ 368,3 milhões


D - Aplicações em fundos administrados pela BNY Mellon, que o MPS identificou como concentradora da administração dos fundos problemáticos

1-Rio Small Caps FIA- R$ 8,9 milhões.
2-Ático Florestal FIP - R$ 10 milhões.  
3-Ático RF Institucional FI IMA-B - R$ 25 milhões.
4-Totem FI RF II- R$ 4 milhões.
5-Leme Brasprev FI RF LP Previdenciário- R$ 21,6 milhões
Total - R$ 69,5 milhões.

E- Aplicações em fundos de administradoras para as quais a quadrilha, de acordo com a PF, prospectava clientes.

1-BBIF Master Fidic LP- R$ 15 milhões
2-Vitória Regia FI RF LP- R$ 30 milhões
 3-Adinvest Top FI RF- R$ 22,3 milhões
Total- R$ 67,3 milhões.

Total geral
( aplicações em fundos considerados problemáticos pelo MPS, em fundos indicados pela quadrilha desmantelada pela PF, em fundos administrados por administradoras para as quais a quadrilha prospectava clientes e em fundos do Porcão- R$ 1.015,4 bilhão (segundo semestre de 2013)

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