Estamos a sete meses das eleições e recrudescem as ações divisionistas nos partidos. Não sem uma ajuda da turma que se cuida de amplificá-las exercendo o seu papel. Funciona assim: você cria  um fato que tenha verossimilhança (a mentira tem que parecer verdade, parecer intuitivamente verdadeiro), convence aqueles mais descuidados a levar adiante a prebenda e tem-se criado, ainda que artificialmente, a situação, dando valor de face ao boato que se quis transformar em fato. E aí, tem-se uma verdade. 

É uma lógica simples que influencia os desavisados e que poderia não obter qualquer resultado no meio político esclarecido.  A estratégia de se tomar como verdade uma idéia geradora, criada a priori,  para que outra assuma caráter de verdade. É como se fosse um enredo, você cria a primeira fala e deixa que o resto da história se desenrole seguindo o ritmo clássico de ação e reação.  No teatro improvisado isso funciona que é  uma beleza. Só que no teatro, tem-se uma ficção encarada apenas como  representação. No meio partidário numa democracia representativa, é um desvio.  Daí, qualquer outra colocação  fora disso seria sua  própria negação, dando, a classe política,  valor às mentiras sobre a mentira imposta como verdade. E, desdobramento lógico, influenciar no eleitorado.

A questão é visível na crise do PMDB regional, no PP, no PT e agora no PR que têm, na relação, um ponto comum: são adversários do Palácio Araguaia. No que poder-se-ia, por certo, fundamentar um raciocínio de que dali talvez se originassem tais boatos, transformados, pela inércia, em fatos, pelo que aproveita o objeto. É uma situação que tem o seu fato gerador certamente fora daqueles partidos,  mas para dentro deles levada pela absoluta dificuldade dessas legendas em enfrentar o fato e o boato, como é notório nas reações. Neste sentido, terminam reféns das ações criadas justamente para isso e dos meios que as disseminam como se fosse possível livrar-se da chantagem creditando valor de face ao chantageador e ao objeto de sua chantagem. Não  levam em conta  que a mentira só existe porque tem-se uma verdade. Ou seja, a verdade é o pressuposto e a possibilidade de toda e qualquer mentira. Mas é do meio, ainda que uma inconsistência condenável sob todos os aspectos.

E por que não as enfrentam? Ora, primeiro porque elementos dos próprios partidos delas se beneficiam direta ou indiretamente. Seja pelas prebendas que  envolve ou mesmo por desavenças pessoais, vaidades contrariadas e não pelo que disputam querer, legitimamente, dos seus partidos. E em segundo lugar porque não fazem política pela política e sim movidos por outros interesses onde os meios justificam os fins, como é de fácil comprovação.

Uma constatação que se faz por justiça: não é uma criação dos políticos do Tocantins e de seus aliados.  Tanto a estratégia como os meios utilizados são os mesmos em qualquer parte do país. Vejam aí as disputas internas do PMDB com o PT nacional e o governo federal. Assim como é a mesma a falta de cerimônia para mentir-se como se dissesse uma verdade, transformando a mentira, como faria Goebells, numa verdade absoluta. Lá, deu no que deu. Por aqui, quem (e o que) perde já se sabe de antemão. Importa, agora, é saber  quem (e o que) ganha? A política e a ética certamente já descambaram. E estamos só no começo.

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