Dá uma preguiça escrever sobre algumas coisas.  Se o assunto não fosse tão importante! O procurador de Justiça, José Omar de Almeida Junior e o Coronel Nunes concederam uma entrevista à jornalista Roberta Tum, do T1 Notícias e negaram veementemente a utilização do Guardião para gravações  ilegais de conversas telefônicas.  Não se imagina, evidentemente,  que o confirmassem, não é verdade? Ora, se como dizem, o Guardião está sob suas responsabilidades, como diriam que ele estivesse sendo utilizado ilegalmente? Confessariam um provável delito?

O Coronel Nunes, informa-se, trabalha com o sistema Guardião há oito anos.  Como o sistema seria manejado por equipes da Polícia Civil, Militar e do MPE, pode-se contabilizar, com efeito,  o número de pessoas que a ele tem acesso e o controle tanto de manejo operacional  como da informação acessada. Conclusão óbvia: controle quase impossível.

Não é de hoje, entretanto, que esse sistema é  utilizado pelos governos (todos os governos mesmo!!), como se fosse uma polícia política acessória. E, claro, sem autorização judicial pois não se concebe  um juiz autorizando uma excrescência dessas  e os governos não são tolos para solicitarem o expediente ex-oficio.  Os operadores foram  sempre os mesmos, como sabe qualquer jornalista bem informado e que acompanha os poderes mais amiúde. Ademais, para se grampear telefones não é necessário usar o Guardião.


Como se nota,  a entrevista, ainda que tenha sido concedida pelo MP,  parece ser uma resposta do governo às preocupações que já tomam conta da população e das instituições: de que os agentes políticos da administração estivessem a grampear, ilegalmente, conversas de adversários e jornalistas. Não à toa contou com a participação de um representante da Polícia Militar e de inteligência da  Secretaria de Segurança Pública, órgãos do Executivo.

O problema é que a simples negação não dissipa as dúvidas que são fundadas mais na incerteza que na certeza do sim e do não. Poderia surtir melhor efeito dar à população segurança de uma investigação para revogar a verdade colocada de forma cientifica e não apenas resumida a meras declarações reflexivas de natureza denegatória, circundando o objeto.

Racionalmente, não é se afirmando o essencial que se nega o ocasional e acidental. Não é o governo ou as instituições, que detêm o controle do sistema,  informando que não fazem grampos porque são ilegais que a população vai acreditar que não o faça. O contrário é que seria anormal.  Até porque se ele não faz e os grampos existem, como é notório,  a questão se torna mais grave ainda por demonstrar que não se tem controle do sistema. E aí, a situação, assim, piora.

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