Para você ver como são as coisas.  Ontem a Comissão de Ética do PMDB nacional decidiu recomendar o afastamento da senadora Kátia Abreu do partido até que seja decidido o seu pedido de expulsão feito pelo diretório regional. Ou seja, a Comissão recomendou à Executiva nacional: 1) a suspensão/afastamento e não expulsão; 2) como recomendou à Executiva nacional, esta é que decide se aceita ou não a recomendação de suspensão. Até apreciação da expulsão!!!!E também sobre expulsão. É o estatuto e sob convocação específica!!! É isto ou perdi alguma coisa? 

Bom, caros, nos blogs e portais do Estado já se lê que o PMDB expulsou a senadora Kátia Abreu do partido. A Executiva, portanto, deve ter sido convocada de madrugada, publicada em algum lugar também de madrugada a convocação, se reunido ainda na madrugada para aceitar a recomendação e ido mais adiante: apreciado o pedido de expulsão e decidido por retirar a parlamentar do partido. Sem dar direito à defesa!!!! Uma impossibilidade jurídica e improbabilidade inconteste.

Aliás, esse processo é interessantíssimo. O PMDB regional pediu à Executiva Nacional (sem dar direito à defesa e fundado em textos de portais de notícias) a expulsão de Kátia quando a competência de expulsão era dele próprio. Um monte de gente assinou o pedido (inclusive duas deputadas federais) quando pelo Estatuto do PMDB, a regional é que deveria praticar o ato. Cabendo recurso à nacional. Mas eles não estão nem aí.

É uma narrativa (a divulgação de expulsão quando nem a recomendação de afastamento foi apreciada pela Executiva nacional) que beneficia o PMDB regional quando os fatos levam a conclusão contrária: a dificuldade do PMDB para a expulsão da parlamentar claramente identificada na própria decisão da Comissão de Ética de recomendação de afastamento quando poderia recomendar, de pronto, sua expulsão, equivocadamente amplificada como se já se tivesse dado. Quando sequer a recomendação de afastamento (o que dirá a expulsão que não foi sequer recomendada) tivesse sido analisada pela cúpula do partido.

E não por menos: Kátia relacionou como testemunhas os acusados naquela apreensão de grana em Piracanjuba (processo no TSE), Operação Rei do Gado (processo na Justiça Federal), vários senadores, ministros (de Temer), ex-governadores e até a ex-presidente Dilma Roussef.  É situação capaz de amplificar os problemas por que passa o PMDB. Imagina isso aí na Justiça comum (no caso de recurso de Kátia a alguma decisão da Executiva), sua cobertura diária pela imprensa. Ou seja, o PMDB regional quis fazer um giro mas fez um girau, que o PMDB nacional parecer querer contornar. Kátia pode, inclusive, pedir a expulsão de Geddel Veira Lima, Romero Jucá, Marcelo Miranda e do próprio Michel Temer pelos motivos encaixados no estatuto do partido. E aí? Quem fiscaliza o fiscal?

De outro modo: o partido defende dirigente de tornozeleira, outros presos em regime fechado e ainda aqueles respondendo inúmeros processos por corrupção na Justiça Federal do Tocantins, no Superior Tribunal de Justiça, no Supremo Tribunal Federal e lá em Curitiba, mas não aceita críticas contra a corrupção feita por uma senadora no exercício, não só de sua prerrogativa parlamentar, mas de cidadã.

A recomendação, com efeito, sinaliza uma preocupação da Executiva nacional que os peemedebistas palacianos não tiveram por força do fígado: o telhado de vidro do partido e a repercussão junto ao eleitor de expulsar uma senadora por criticar a roubalheira de dirigentes do PMDB.Ainda que tivessem a intenção de demonstrar justamente o contrário conforme amplificam, diversamente, de público, uma versão atravessada diferente da preocupação interna de que a decisão de ontem, na forma e extensão, é prova indiscutível.

Ora, um simples raciocínio levaria à conclusão que seria mais producente ao PMDB regional deixar Kátia no partido e aguardar as convenções quando a Executiva poderia negar-lhe candidatura. Ou deixar a Senadora desidratar-se na legenda, sem apoio da Executiva, até não mais poder ficar. Situação que teria data marcada: abril de 2018, prazo para mudança de partido daqueles que pretendem disputar as eleições. Mas a turma, você já viu. Preferiu dar fundo na crise do PMDB nacional que dizem defender. Ficou mais difícil para o partido agora administrar a crise regional. 

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