Quando na última sexta-feira apontei aqui que o governo pode ter fechado o primeiro quadrimestre gastando 58% das receitas com salários de servidores, foi um Deus nos acuda. Ao mais técnicos e comedidos entenderam o cálculo. Outros observaram como exagerados. Ou seja, o blog teria fabricado números.
Pois bem. O portal de notícias da Globo (G1) expos ontem, domingo, que “Gasto com servidores ativos e aposentados supera metade da arrecadação em 24 de 26 estados, apontam dados do Tesouro”. O Tocantins é um dos 24 que gastam mais de 50% com salários.
Vai mais a reportagem: “Há casos de estados em que os gastos com os servidores ativos, inativos e pensionistas superaram a marca de 60% da receita corrente líquida em 2017, como Minas Gerais (60%), Rio de Janeiro (65%), Tocantins (66%) e Roraima (77%).” Isto aí contabilizando a despesa de todos os poderes.
Mais:” Considerados cada um dos poderes individualmente, apenas o Executivo estadual supera o limite da LRF, que é de até 49% dos gastos com pessoal. Isso acontece nos seguintes estados: Santa Catarina, Minas Gerais, Acre, Tocantins, Rio de Janeiro e Roraima.” O governo do Tocantins é um dos seis (de 27 Estados) em que, individualmente, o Executivo está desenquadrado, não cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Pelo G1(com dados do Tesouro Nacional) está também no fim da fila quando se compara as despesas de pessoal, custeio e investimentos. Em 2017, o governo gastou 63% de suas receitas com salários, 22% com custeio, 7% com serviço da dívida e apenas 6% com investimentos.
Significa que o governo gastou mais com pagamento de dívida que com obras e equipamentos públicos. O que torna uma insanidade os deputados e Mauro Carlesse quererem aumentar esta relação, antecipando uma poupança ou recurso futuro das próximas gerações.