O presidente do MDB, Derval de Paiva, está fazendo um bem danado ao Estado, dadas as reações de Ronaldo Dimas e Siqueira Campos ontem a uma suposta e possível (com algo grau de probabilidade) aliança de ambos com o Palácio Araguaia. Pode, agora, não se dar da forma como entabulavam. Inconfidência do próprio presidente regional do MDB no sábado.

Derval de Paiva pode ser tudo, menos um lunático ou dado a cometer mentiras. É histórico no partido e,lá atrás, em 95, era um dos pontas de lança de Siqueira para convencer o então PMDB a montar chapão com o siqueirismo em desfavor da candidatura própria de João Cruz, ex-deputado estadual e vice-governador,  maior líder popular do partido no Estado. Ainda que considerado do grupo dos autênticos.

E que se note: os dois grupos lutam, pela ordem de prioridades, na verdade, por duas vagas de candidato ao Senado (Vicentinho Alves e Siqueira Campos). Marcelo Miranda certamente terá também os seus preferidos. Com um diferencial: tem o governo.

O pré-candidato do PR ao governo, prefeito Ronaldo Dimas, por exemplo, saiu-se ontem (três dias depois do encontro do partido de Marcelo Miranda) com declarações negando apoio e aliança com o Governador: “Como apoiar um governo que não cumpre as tarefas básicas?”, teria declarado ao portal AF Notícias (de Araguaína).

Ficou, evidentemente, devendo uma explicação para o encontro da semana passada (divulgado com registro fotográfico e tudo) com o mesmo Derval (e direção do MDB) em que teria sido discutida uma aliança para o segundo turno. Sem qualquer negação posterior. Deve Dimas uma consideração à lógica e ao andar de baixo de como Marcelo Miranda não seria, pelo governo que faz, possuidor de virtudes para um apoio no primeiro turno, mas o seria no segundo.

Já Siqueira é mais interessante. Vai disputar as eleições com 90 anos. Se eleito, no fim dos oito anos de mandato estará com 98 pronto, pela inércia de sua propaganda, para disputar as eleições e seguir no Senado até os 106 anos. Ao contrário do PR de Dimas, busca Siqueira, entretanto, um candidato ao governo para seu partido, o Democratas.

Será confrontado por tantas, por fundadas razões, com o escrutínio racional de que buscaria o projeto para o filho. Se assim o fez quando tinha 85 anos, como na renúncia dupla ao governo (mais substancial que Senado para um projeto político regional) há quatro anos, teria certamente, é dado inferir-se, maior preocupação com seu herdeiro político aos 90. Ainda mais sem poder politico e sem governo.

Siqueira fez circular uma nota ontem em que nega tudo. Menos as conversas sobre aliança com o MDB. Na única menção a apoios na nota de 2.757 caracteres (que a justificaria) optou pela transversalidade e diversionismo nos 101 caracteres com que os dedicou: “A solução tem que ser verdadeira, e não em palavras nas redes sociais e nem em alianças inimagináveis, ou impossíveis”, escreveu Siqueira em texto distribuído pela assessoria. Os outros 2.606 dedicados a celebrar sua história e criticar (sem nominar) supostos adversários.

Perdeu a oportunidade de negar não só a aliança mas as conversações. Algo muito simples: nego as conversas e não vou aliar com adversários, com pessoas que pensam diferentes, que me trariam e tarará, tarará, tarará e tal, poderia ter escrito Siqueira.

Na verdade, Siqueira e Dimas disputam uma vaga com Marcelo Miranda, porque sabem a importância da máquina. Há muito, quem comanda Siqueira é Eduardo Siqueira (não é segredo que governou no lugar do pai).

Um político inteligente, que não age publicamente por emoções. Muito pelo contrário. Se defender algo, pode estar fazendo o caminho inverso, segue aquele ditado de não dizer o que pensa realmente ao seu interlocutor. Prefere o ilusionismo. Eduardo por exemplo, depois de discursar na tribuna com declarações do tipo, “o governador merecia passar por pelo menos cinco processos de impeachment” é tratado no Palácio e no MDB como aliado (veja foto aí de cima em evento do governo no final do ano passado).

Esta aliança pode não sair porque Derval, a pretexto de impulsioná-la, voluntária ou involuntariamente a detonou. Pode ter sido uma estratégia, poder-se-ia entender,  para engolir Dimas e Siqueira expondo métodos e intenções, sem desfaçatez,colocando-os na mesma embarcação, onde os fins justificariam os meios de que é acusado o próprio MDB por seus adversarios. Inclusive o siqueirismo. Fazendo um bem ao Estado.

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