Com o enfraquecimento político do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a oposição decidiu rever sua estratégia para 2016. Vai apostar, no retorno das atividades no Congresso, em CPIs que tenham potencial de criar desgaste ao PT e ao governo federal e de levantar fatos novos que possam incriminar diretamente a presidente Dilma Rousseff.


Fora do campo institucional do Congresso, onde se dará a batalha pelo impeachment de Dilma, e diante do impacto da crise econômica na vida da população, o PSDB prepara uma estratégia para confrontar o PT no ponto central do discurso político-eleitoral dos petistas, a área social. O novo enfoque do discurso dos tucanos será ajustado no próximo mês de março, quando o PSDB pretende realizar um seminário com representantes de diversos setores. Desse encontro deve surgir um documento a ser encaminhado ao governo e projetos.

“Queremos fazer um forte confronto com o PT no campo social. Queremos mostrar que o último pilar do discurso petista, o da inclusão, é uma falácia. Vamos mostrar que o modelo de inclusão do PT - baseado exclusivamente na transferência de renda, sem se preocupar com a qualificação, com o ambiente de negócio, com a geração de renda, e o emprego - fracassou”, afirmou ao Estado o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

A busca do embate com os petistas dentro de uma área que tem sido a principal bandeira do adversário nas últimas eleições, tem como base levantamentos encomendados pela cúpula do PSDB. “Temos pesquisas que mostram que hoje 66% dos brasileiros acham que a vida depois de 13 anos do PT piorou. Até aqueles que tiveram algum ganho em determinado momento já renegam o PT”, ressaltou Aécio.

CPIs. “Houve um arrefecimento do impeachment e, por isso, o ritmo na retomada das atividades será o de entrar com o pé no acelerador. Com o que a CPI já apurou está claro que o mesmo modus operandi do petrolão está presente nos fundos de pensão. O aparelhamento das instituições, o tráfico de influência e o direcionamento dos negócios para partidos”, afirmou o presidente da CPI dos Fundos de Pensão, Efraim Filho (DEM-PB).

Entre os motivos para o “arrefecimento” do processo de impedimento da presidente está a decisão do Supremo Tribunal Federal que alterou o rito do impeachment estabelecido na Câmara. Principal algoz do governo, Cunha vive um momento de enfraquecimento político em decorrência das denúncias no âmbito da Lava Jato.

Integrante da CPI dos Fundos de Pensão, o vice-líder da minoria, Raul Jungmann (PPS-PE), também acredita no potencial da comissão para gerar desgastes eleitorais ao PT. “Essa CPI tem uma característica porque é o tema que mais profundamente atinge ao PT. O fundo de pensão é orgânico, ele se desenvolve nos sindicalismos e isso é algo letal para o PT”, disse.

Os obstáculos para pôr em prática este papel está no movimento do PMDB e do vice-presidente Michel Temer de se reaproximar de Dilma. “A oposição sozinha, sem o PMDB, não avançará muito. Se a recondução de Michel Temer à presidência do PMDB e a briga pela liderança do PMDB na Casa tiverem um desfecho pró-oposição, não tem menor sombra de dúvida que essa CPI vai ganhar larga escala” disse Jungmann.

Ainda assim, na lista de requerimentos de convocações da comissão estão integrantes do Funcef, Postalis e Petros. Também está pronta para votação a convocação do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. O pedido da oitiva do ministro foi apresentado no último dia 11 após o Estado revelar que conversas obtidas pela Lava Jato no celular do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.

Lava Jato e TSE. Paralelamente às CPIs, lideranças de oposição vivem a expectativa de que desdobramentos da Lava Jato possam alimentar os processos contra a campanha de Dilma no TSE. “Cada vez mais provas serão materializadas, o que pode levar o TSE a cassar o diploma da presidente”, disse o deputado Antônio Imbassahy (BA), que assumirá a bancada do PSDB da Câmara após o recesso. “O principal trunfo das oposições não é o impeachment. O grande problema é a questão econômica que reflete na vida das pessoas. O governo tem errado e não tem recuperado a capacidade política”, avaliou o presidente do PSB, Carlos Siqueira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

fonte: Estadão Conteudo

 

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