A razão e o senso de responsabilidade aconselhariam qualquer administrador interino e que não estivesse sob a guarda de uma representação popular, mais prudência que providência em setores estratégicos e que, a priori, não exigissem mudanças.
Ainda mais tendo-se em conta a possibilidade (e probabilidade) da interinidade se constituir apenas interinidade como de fato é.
Pode representar, assim, contraproducente e até anti-cíclico, o governo interino, por exemplo, patrocinar alterações nos comandos de arrecadação e fiscalização de impostos, fazendo dos cargos de confiança do Fisco, moeda de troca político-partidária.
Uma mexida na Delegacia de Araguaína, com efeito, (que arrecadou R$ 41,2 milhões em março e já registrava R$ 41,4 milhões até o último dia 25 de abril) pode interromper o desempenho com a descontinuidade e, certamente, incerteza que a própria interinidade provoca.
Na Delegacia de Palmas uma mudança configuraria a possibilidade de insegurança quanto à arrecadação que no mês passado registrou no ICMS o equivalente a R$ 77 milhões. Algo próximo de 35% de toda a arrecadação do Imposto no Estado.
O governo, entretanto, parece priorizar o projeto político a um projeto de Estado. Não é razoável, certamente, que, sabendo-se ter menos de 50 dias de administração, uma interinidade precária e escassa, impor alterações de cunho político.
Muito pior em setores estratégicos e fundamentais, como é o caso do fisco estadual que tem dado demonstrações, mês a mês, de ser um dos setores que tem sustentado o governo, superando as metas estabelecidas, que não pode ser tratado, portanto, como cabo eleitoral do governante de plantão.