O governador Siqueira Campos em entrevista à CBN ontem (e que o JTO/TV Anhanguera publicam trechos hoje) mais deflagrou a sucessão que a brecou, ainda que se note que o impulso que a tivesse provocado fosse justamente conter, tanto em correligionários como na população o clima de campanha, prejudicial, por certo,  para o governo, na inversão de prioridades com desdobramentos diretos nos municípios. Sem prejuízo, evidente, das preocupações administrativas que Siqueira evocou na entrevista e que, pelo seu histórico, carregam coerência com tudo que já projetou e realizou no Tocantins. Algo que seus adversários deveriam levar em conta no jogo político por respeito ao próprio Estado.  

Velha raposa política, Siqueira Campos, entretanto, pelo que se  nota,   observou o caldeirão  que já dava indícios de fervedura (nas redes sociais e na Justiça Eleitoral, especialmente) presente na movimentação de aliados com cargo público,  e bateu o bumbo. Ocorre, entretanto, que o Governador foi traído pelo inconsciente já que, em condições normais, regido pelo que vai na sua consciência, não diria jamais, a pretexto de brecar uma campanha eleitoral antecipada em quase dois anos - e onde o seu filho e herdeiro político pode vir a ser um dos antagonistas -  que só iria discutir eleição em abril de 2014. E porque?Ora, primeiramente a campanha eleitoral, não parece, mas pela legislação (e espera-se dos cidadãos que a cumpram) só acontece a partir de julho de 2014. Abril de 2014 – além da desincompatibilização de secretários e titulares de cargos no governo -  é o prazo para renúncia do Governador, caso queira na disputa ao governo o filho Eduardo Siqueira.  Siqueira Campos, se quiser disputar a reeleição, não precisa, necessariamente, desincompatibilizar ou renunciar. E aí abril,para o Governador,  perde o sentido de existir como argumento já que era disso que se tratava.  Pode disputar a reeleição no cargo. Já os secretários e titulares de cargos  públicos, estes sim, ainda que se desincompatibilizem em abril de 2014, só podem fazer campanha, como qualquer cidadão, depois de junho. Daí que abril é o prazo dele (Siqueira)  em relação à candidatura do filho. E não dele em especial ou de início de campanha porque este já é definido: julho e não abril. Mas aí pode-se indagar: você é ingênuo LA, campanha se faz a toda hora! Sim, mas um governador dizer que vai tratar de campanha fora do prazo legal, não! Alguns dizem (até presidentes da República) o mesmo, seguindo o mesmo método. Mas não é por isso que é permitido.

De tudo impõe-se uma razão lógica: Siqueira já teria decidido renunciar para a candidatura do filho  (e aí a imposição retórica do prazo diante do açodamento do provável candidato) e, ao mesmo tempo, estaria lembrando-lhe do enquadramento da justiça eleitoral. Caso  contrário,  também por imposição lógica, o Governador simplesmente diria que estaria preocupado em governar  (para isto é que foi eleito) e não com uma campanha que a legislação determina para daqui a 14 meses. Não teria necessidade, portanto, de estabelecer abril de 2014 como régua para a sua própria sucessão.


Com se vê, se  o inconsciente (talvez o subconsciente) não o tiver surrupiado a lógica política, Siqueira fez o que os adversários já estão fazendo e é do jogo político. Só que, pelo prazo realçado, monta o palanque de Eduardo, o filho. E não o contrário que intentou colocar: a desmontagem do palanque de campanha antecipada.

Deixe seu comentário:

Dando continuidade às vistorias nas unidades de saúde pública de Palmas, nesta quarta-feira, 19, promotores de Justiça e servidores do Ministério Público do Tocantins, aco...

As unidades do Judiciário de Araguaína estão em fase de mudança para o novo Fórum da cidade, mas algumas já iniciaram suas atividades. A Vara de Violência Doméstica, o Jui...

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, finalizou mais um curso para os funcionários da fazenda Dois Rios em Lagoa da confusão. Dessa vez a instrutora do SENAR Adeuma Bo...