A semana promete. A senadora Kátia Abreu concede coletiva de imprensa nesta segunda. O assunto é a pauta de ICMS (leia post anterior) prejudicial aos criadores de gado e o confronto com o governo é  inevitável. Katia se posicionará sobre ação que a Federação da Agricultura (onde o governo incentiva a oposição nas eleições deste ano) impetrou contra a Secretaria da Fazenda mas é uma utopia acreditar-se que ficará apenas nisso depois de quatro dias fazendo proselitismo político em municípios da região Norte e Bico do Papagaio no fim de semana.

É uma ação que difere dos movimentos do Palácio Araguaia apenas nos meios e forma, mas convergem nos fins. Enquanto Kátia usa a retórica, o governo tem o Diário Oficial. A estratégia governista, até aqui, parece que tem dado resultado ao grupo político que exerce o poder de governo. A segunda audiência em pouco mais de mês entre Marcelo Miranda e Carlos Amastha antes da reunião de secretários na semana passada aponta para convergência de projeto político, delineando os contornos de uma chapa Marcelo Miranda/Vicentinho Alves/Carlos Amastha. Auxiliares de ambos já saíram, após o encontro, propalando definição de chapa. Uma temeridade diante de tanta antecedência mas revelador da motivação existente.

Tida como costurada pelo marqueteiro de campanha do Governador, publicitário goiano Marcus Vinícius (que faria consultoria tanto a Marcelo como a Amastha), a aliança já se apresenta como praticamente definida no etapismo do projeto de campanha de reeleição de Marcelo. De outro modo: com uma crise insolúvel, o governo já estaria colocando em curso a estratégia de reeleição de Marcelo a um ano e meio das urnas. A democracia, entretanto, o garante e às suas prioridades, uma questão de escolhas.

Os pontos costurados até aqui demonstram acerto político (do ponto de vista de estratégia eleitoral) do grupo palaciano quanto ao cumprimento de suas metas. O entendimento com Amastha elimina Laurez e Vicentinho retira Ronaldo Dimas da majoritária. Ambos do mesmo partido. Com Laurez é provável não se tenha conversa (vide as críticas que lhe foram feitas – e talvez por isto - na semana passada pela deputada Josi Nunes) mas com Dimas já seriam favas contadas o acerto compensatório (quer o filho deputado federal). Juntando isto à ação do ex-presidente da ATM, João Emídio (secretário de governo) e ao atual presidente da entidade, Jairo Mariano (aliado de Vicentinho e Marcelo), ter-se-ia o espectro político da campanha ao Senado e Governo em 2018.

É óbvio que isto tem um custo. Tanto político como administrativo. Não à toa, secretários segredam certa insatisfação com a ascendência do marketing sobre seus cargos de que é exemplo a espécie de “treinamento” a que teriam sido submetidos para a reunião do “murro na mesa” da semana passada. Tiveram que deixar celulares de fora e com todo clima de segredo que se deu ao encontro.

 Ou mesmo as reuniões que são obrigados a ter, há muito, com o marqueteiro no eixo Brasília/Goiânia. Além disso tem a situação da saúde e das rodovias que o governo busca solucionar com empréstimos ainda dependentes dos deputados estaduais que, por seu turno, também tem suas demandas num orçamento onde as despesas não cabem nas receitas.

O problema da estratégia do governo é que, pela composição que se está formando, a população pode ser levada a enxergar no grupo, com a mesma antecedência dos acordos, os responsáveis por todos os seus problemas. Tanto no Estado, quanto na Capital e nos demais municípios dada a natureza de seus atuais cargos. Estariam, em sua maioria, ali reunidos: os responsáveis pela situação das cidades e do Estado. E optar por um que dele não participe. É o risco que se corre (tanto na situação quanto na oposição) de colocar o bloco na rua muito cedo. E isto não se combate apenas com marketing porque não altera-lhes o produto.

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