A candidatura ao governo do deputado Paulo Mourão, lançada ontem pela direção regional do Partido dos Trabalhadores, acrescenta e muito ao debate. Além de iluminar uma opção consistente de projeto de governo.
Ainda que pela lógica política incentivos declarados de Carlos Amastha ou Mauro Carlesse não sinalizem embarque de ambos em sua candidatura ou apoio efetivo (tanto partidário como político) à pretensão do PT, demonstram tais colocações que Paulo Mourão não teria deles reação inimiga. Quando muito, de adversários circunstanciais, no que já é um ativo relevante.
Da mesma forma que Paulo Mourão teceu considerações de igual natureza à postulação da senadora Kátia Abreu, também pré-candidata ao governo e com relação considerada de proximidade com o Partido dos Trabalhadores.
Mourão é, de longe, um dos políticos melhor preparados do Estado. Ex-deputado federal, com posição relevante na Câmara (presidiu a poderosa Comissão de Finanças), ex-prefeito (mudou a cidade de Porto Nacional) e agora deputado estadual, tem se destacado defensor do rigor fiscal, umas das vozes coerentes no Legislativo.
Ex-líder do governo na Assembléia, Mourão deixou o cargo por discordar da execução orçamentária e das prioridades de governo, mas mantém relacionamento respeitoso com o governador Marcelo Miranda.
Passou os últimos cinco meses em reuniões com a população pelo Estado, agregando o pensamento sobre um reordenamento político e econômico do Tocantins. Saiu-se com um documento com propostas substanciais de desenvolvimento, elaboradas por instituições e professores universitários a partir da vontade popular.
O lançamento de sua candidatura e a pressão colocada pelo ex-presidente Lula na sucessão, podem elevar a temperatura da pré-campanha no Estado. O PT tem Lula, o tempo de TV, militância e as ações de Michel Temer na sua agenda empresarial.
Ativos suficientes a impor sua substância para buscar papel de protagonista. Ainda que as declarações de ontem e as circunstâncias políticas apontem para a possibilidade de alianças.
O PT e Paulo Mourão saem na frente.
