A CPI da Celtins apontou um desfalque de R$ 74 milhões na empresa. É provável que o relatório da comissão, presidida pelo petista Zé Roberto, encontre ressonância entre os demais parlamentares, especialmente da situação, mais na sua amplificação midiática que no apoio a ações concretas na apuração de responsáveis e responsabilidades por razões óbvias: ao governo não interessa aprofundar na questão. Antes, intui-se, importa-lhe tencionar e tensionar a um só tempo (neste caso os homófonos são dados da equação), afinal, está próxima da renovação a licença de operação da empresa. E estamos em ano eleitoral, lembram-se? 

 Ainda assim, o número revelado pelo petista é um dado assustador  porque a população do Estado (governo) é dona de 49,14% da companhia (uma tungada de R$ 37 milhões, portanto) e já ruminava os confirmados  R$ 153 milhões de prejuízos do Igeprev (que podem alcançar  R$ 500 milhões). Dinheiro que saiu dos cofres públicos e entrou no bolso de alguém e com a conivência do governo, seja por omissão ou por ação.Em ambos os casos, a responsabilidade da administração é inequívoca. Na Celtins, de forma indireta pela não fiscalização dos investimentos de uma empresa onde tem quase metade da parte societária. No Igeprev, diretamente porque operou as aplicações ilegais nos fundos podres.

A situação remete a falta de gestão ou má fé. Ou ambas. E tanto governo como as outras partes envolvidas se utilizam de retórica chinfrin (pura bravata como aquela ação do governo na justiça contra o reajuste da energia)   para dificultar o entendimento sobre o direcionamento que dão aos recursos públicos.  O governo, por exemplo, acionou, também,  na Justiça a Celtins para receber R$ 19 milhões, retidos em função de garantia de suas dívidas com o Reluz. O procurador do Estado fez o maior bafafá na imprensa, passando a impressão de que a empresa estaria dando um calote no governo.

Por outro lado, balanço da Celtins publicado esta semana dá conta que o mesmo governo deve, desde 29 de fevereiro do ano passado (quando houve a prestação de contas das obras), o equivalente  a R$ 118 milhões, sendo R$ 105 milhões do próprio Reluz à Companhia. A ação do governo para receber os R$ 19 milhões foi protocolada em setembro quando  o Estado já estava inadimplente com a Celtins, no próprio Reluz,  fazia sete meses!!! Entende-se, da equação, que o governo enrola para pagar a dívida que contraiu para programas que utiliza na sua propaganda institucional e aciona a Justiça para que não seja executada a garantia do papagaio que quer  pendurar.  Ou  não?


E olha que a Celtins está sob intervenção, com um patrimônio líquido, conforme o Balanço de 2013, de R$ 357 milhões e 470 mil tendo apresentado um prejuízo líquido no ano passado da ordem de R$ 156,3 milhões, contra um prejuízo de R$ 21,1 milhões em 2012. As receitas líquidas de R$ 673,4 milhões no ano passado foram 11,2% inferiores a 2012. E a população do Estado tem cerca de 50% de participação. Tanto do bônus como dos ônus, que, parece tem prevalecido nos últimos anos sem que se conheça ações do governo, como sócio, que não espasmos fundados num viés eleitoreiro e marqueteiro, tangenciando o princípio de que dinheiro público não possui ideologia.

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