Com o deputado Zé Roberto na presidência do Partido dos Trabalhadores a legenda pode retomar o fio condutor de sua criação, um partido mais orgânico, um projeto político próprio. Pode ocorrer o contrário e manter o fisiologismo da Executiva que sai, pode!!! Por enquanto, entretanto, apenas no campo das possibilidades, porque as probabilidades são mínimas.

O PT quer, não só aqui, mas no país, dar meia volta. É só observar a resistência da militância ao comando de Lula na imposição de Gleisi Hoffmann na presidência do partido. Ela própria já arrependida da missão que lhe foi determinada pelo coronel do PT que não se intimidou em proclamar no congresso do partido no início de junho que “a gente não faz aliança com quem perde, com quem é suplente. A gente faz aliança com quem ganha, com quem está lá”. Sem a militância. Um pragmatismo do mal, fisiológico.

Tanto que o resultado do congresso nacional do partido apontou uma derrota de Lula já que a sua corrente, CNB, perdeu a maioria absoluta do Diretório Nacional: terá apenas 42 das 90 cadeiras no Diretório. E na Executiva Nacional (gestão do partido, no dia-a-dia) terá somente 12 dos 26 cargos.  Ou seja, a corrente de Lula é minoria, ainda que todos convirjam para ele como pré-candidato novamente.

No Estado, o PT que deixa direção do partido, é, desde sua criação, alinhado à corrente de Lula, hoje denominada de Construindo um Novo Brasil (CNB). É a mesma de Zé Dirceu e, como seus líderes, deixou a ideologia para assumir uma atuação pragmática desviada dos princípios éticos e morais, com todos os vícios dela decorrentes ou nela encontrados.Desvirtuando o conceito de pragmátismo que pode ser para o mal ou para o bem, com o mal ou com o bem.

Na política, como depositário de anseios dos outros, esperanças públicas, um pragmatismo do mal não faria diferença do pragmatismo de um assaltante de bancos que prefere explodir caixas eletrônicos a roubar agências em horário de expediente. Mesmo um sendo mais eficiente que o outro, ambos um agressão ao estado de direito. Um pragmatismo do mal que faz bem a quem o pratica e mal ao seu objeto direto.

E aí o conflito: Zé Roberto vai seguir o PT de Lula (que pode ser alijado do processo eleitoral do próximo ano e está atolado em processos criminais por acusação de roubalheiras diversas) ou vai preferir o PT original da turma do Colégio Sion. Tudo indica, a priori, que seguirá este último, dado que sua campanha foi impulsionada pelas correntes contrárias à CNB e, portanto, mais radicais.

Se manter o espectro original, seguirá em oposição a Marcelo Miranda e contrário a alianças circunstanciais com partidos ideologicamente refratários. Ou ficará com o pragmatismo que o deformou.

E aí outro debate: se decidir-se por disputar o governo com candidatura própria, o deputado estadual Paulo Mourão seria, naturalmente, o mais viável, tanto do ponto de vista político como técnico e eleitoral. Mas é provável que muitos o tenham em conta como desfavorável por ter passado pelo PDS, PDC, PPR e PSDB.

Mesmo que tenha sido deputado federal por quatro mandatos consecutivos, um dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso e tenha se destacado como prefeito (de Porto Nacional) por duas vezes como um dos melhores do país (2006 e 2008) e hoje seja mais petista que muito militante graúdo da legenda, ainda assim seja visto com “rabo de olho”. Confundindo, os  militantes, pragmatismo do bem com pragmatismo do mal fazem também eles mal ao objeto nele identificado, suas causas e efeitos.

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