Na administração de crises, pode estar saindo mais em conta para o prefeito Carlos Amastha os problemas com os reajustes do IPTU e os supostos desvios na Fundação Municipal de Esportes que nas aplicações do Previpalmas.

A situação desvia o foco de problema que pode ser maior: os investimentos de R$ 50 milhões do fundo dos aposentados da prefeitura em fundos de investimentos que, tudo indica, é possível deduzir no mercado, podem proporcionar um cano de meia centena de milhões (3,8% do orçamento do município e 7,8% de todo o patrimônio do Previpalmas de uma tacada só) aos servidores e, evidentemente, ao erário. É claro que tudo pode dar  certo. Como pode ser, as aplicaçoes, possibilidade de prejuizo.

Se na Fundesportes trata-se de supostos desvios de R$ 7 milhões e no IPTU (trato aqui só do IPTU próprio)  seriam também algo em torno de R$ 7 milhões (diferença entre o orçamento do IPTU de 2017 e o de 2018 corrigido pela inflação e o corrigido pelo redutor), no Previpalmas os escândalos do dia viram moeda de troco.

E por que? Vamos lá!! A REAG fez um comunicado ao mercado na segunda-feira que passa a gerir e administrar o FIP Cais Mauá, onde o Previpalmas aplicou diretamente R$ 30 milhões. Avançou a  administradora na informação que publicitara na semana passada de que ainda estaria analisando (na verdade estaria auditando). A REAG até aqui é considerada uma administradora relevante mas há outras variantes.

Mesmo que esta mesma decisão desta semana tenha sido referendada, como informa na nota, na assembleia de cotista em 27 de dezembro de 2017, quando o Previpalmas já tinha enterrado no fundo Cais Mauá, de forma direta, o equivalente a R$ 30 milhoes dos aposentados da prefeitura da Capital. Uma obra que não saiu do papel e que era para ser inaugurada na Copa de 2014. E que, assim, de uma hora para outra, recebe essa movimentação. Depois de um ano sem qualquer investidor.

E aí uma curiosidade: se o REAG decidiu assumir só após auditoria, deve ter dado uma solução para os protestos por cheques sem fundo pendentes no fundo Cais Mauá (que mesmo assim recebeu R$ 30 milhoes do Previpalmas), como informou este blog ao leitor. Na verdade, não é qualquer dia que uma administradora tem um fundão de R$ 633 milhões (ativo do Previpalmas) de oportunidades de negócios na palma da mão. E com tanta licença.

Fecha-se, portanto, o cerco. Sigam-me. O Previpalmas investiu R$ 30 milhões no Cais Mauá, administrado pela Icla Trust (ex-Porcao/NSG) e que agora será administrado pela REAG. E como o REAG já tinha outros R$ 20 milhões do Previpalmas (R$ 10 milhoes aplicados em setembro e outros R$ 10 milhões em novembro/2017) via investimentos no Tercon. Explico: o Previpalmas investiu no Tercon que os reinvestiu em quatro fundos (três deles administrados pela REAG e outro, o fundo São Domingos, cujo cotista principal é a própria REAG), a REAG termina se confundindo, no consciente popular, com boa dose de razao, com o próprio Icla/NSG/ex-Porcao no Cais Mauá, agrupando R$ 50 milhoes dos aposentados da Prefeitura de Palmas num só buraco.

Ou seja, a REAG administraria, hoje, R$ 50 milhoes do Previpalmas. Pairam, evidentemente, dúvidas aos borbotões. Uma delas: dias atrás, confrontado com os questionamentos sobre os investimentos, os representantes do Previpalmas declararam que o fundo Cais Mauá (onde aplicaram os R$ 30 milhoes em dezembro) seria transferido para o REAG. Por que motivos, então, o Previpalmas não teria aplicado diretamente no REAG é uma incógnita o que dá à movimentação dos fundos e do Previpalmas uma impressão de mera maquiagem sujeita a fiscalização do Tribunal de Contas e do Ministério Público estadual.

De forma que a transposição do Cais Mauá para o REAG não encobre o principal: pelos investimentos e participação dos cotistas dos fundos que compõem o sistema, os R$ 50 milhoes do Previpalmas não teriam mudado de mãos: estariam ainda sob a batuta da Icla, ex-NSG Porcão, que deu um cano fenomenal no Igeprev, o fundo dos aposentados do governo do Estado. Os donos legítimos do fundo Cais Mauá continuariam, é possível deduzir com elevado grau de segurança (pode nao o ser)  sendo os fundos da Icla/Austro, ex-NSG/Porcao.

Tudo isto aí sem prejuízo da constatação de que as aplicações foram feitas desenquadradas o que levou aos problemas da Prefeitura/Previpalmas com o Certificado de Regularidade Previdenciária do Ministério da Previdência. Com um agravante: as operações desenquadradas não tem o seguro do Fundo Garantidor de Crédito. Perdeu, acabou!!!! R$ 50 milhoes dos aposentados da prefeitura podem estar sujeitos a isto.

Daí,  melhor para Carlos Amastha que as discussões se concentrem, nas atuais circunstâncias, no reajuste do IPTU e na Fundesportes por mera avaliação e administração de possíveis perdas de ativo. Sai mais barato para o seu projeto político.

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