O ex-presidente Lula fechou na noite de ontem apoio à candidatura da senadora Kátia Abreu ao governo do Estado. Conforme apurou este blog, Lula e Kátia teriam se reunido no Palácio Ondina, sede do governo da Bahia, junto com a também ex-presidente petista Dilma Rossef. Lula teria hipotecado o apoio do PT à Senadora do PMDB.

Óbvio que isto deverá passar por reuniões deliberativas petistas, mas o partido é orgânico e tanto Lula como Kátia, guardadas as proporções, são expectativas de poder no país e no Estado. Mas tudo indica que, depois da defesa de Dilma feita por Kátia no processo de impeachment, pode guardar o aval da maioria da militância petista. Há ainda, evidente, necessidade de conversações, dado que o PT estadual também tem interesse na disputa majoritária no Estado e tem se mostrado independente o que, certamente, exigirá esforços no sentido da coalizão acenada por Lula.

Uma aliança do PT ao governo do Estado à candidatura da senadora Kátia Abreu é um ativo considerável. Tanto do ponto de vista eleitoral como de tempo de rádio e tv como de amplitude política e militância. Agrega, de pronto, a pouco mais de um ano das eleições, 4  minutos e 42 segundos de rádio e tv (propaganda eleitoral) do PT aos 2 minutos e 39 segundos que a Senadora já poderia ter com o PSD, seu aliado e que, em nível nacional, já declarou apoio à sua candidatura ao governo.

Se considerarmos regionalmente, a militância (oficialmente registrada no TSE), o PT tem 19.367 filiados e o PSD 9.652.  O PSD já tem 35 prefeitos e ainda que o PT tenha encolhido nas eleições municipais (elegeu apenas dois prefeitos), tem três deputados estaduais no Estado capazes de mover o pêndulo. O PMDB, onde Kátia ainda está filiada, tem 45.675 filiados no Tocantins, conforme o TSE.

Além disso, tem o efeito Lula. Como é notório, apesar de todos os processos da Operação Lava-Jato, o ex-presidente lidera, com larga margem, no momento, todas as pesquisas de intenção de votos. Tanto Ibope, como Datafolha, Vox Populi ou CNT/MDA lhes dão na faixa de 30% das intenções de voto. Muito distante dos tucanos e onde Michel Temer (PMDB) sequer aparece.

Some-se a isto o fato de que a Justiça (pela natureza processual) não julgará (condenará) Lula em segunda instância, por força da inércia processual. Se acontecer, recorrerá ao STF cuja presidente, ministra Carmem Lúcia, declarou na semana passada que não tem prazo para colocar em pauta aquela ação que definirá se o cidadão pode ser mandado para a prisão antes de sentença penal condenatória. Ou seja antes de esgotarem-se todos os recursos.

Falta aí nesta engrenagem o partido de Kátia Abreu: PMDB. Nacionalmente o partido conversa com o PT por motivos óbvios: também expectativa de poder já que 20 entre 10 peemedebistas (e a população do país conforme as pesquisas de intenção de voto) não acreditam em um novo governo Temer. Seja pela lei (uma reeleição dentro de uma reeleição), seja pela impossibilidade ou improbabilidade de se aprovar o parlamentarismo. E mais: que seja justamente Temer o primeiro ministro.Some-se a isto a necessidade de proteção num governo petista e, também, claro, cargos, o moto-contínuo do PMDB nos 29 anos de redemocratização do país.

Daí, a briga de divisão de panelas de Marcelo, Derval, Dulce e Josi para expulsão de Kátia Abreu do partido padecerá de inanição, como já aponta a própria decisão da Comissão de Ética de recomendar à direção nacional a sua suspensão e não expulsão. Como que a dar apenas uma satisfação ao diretório regional. Ou o PMDB no Estado teria um outro candidato com tudo isto que está aí? Pode-se até sempre dizer: mas quem manda é a direção regional.

Ora, a candidatura e eleição de Marcelo, por exemplo, foi contrária ao diretório regional que, em convenção, por maioria absoluta (quase unanimidade dos convencionais) ratificou o então presidente do partido, Junior Coimbra, na sua convenção convocada para tal, como candidato do PMDB ao governo em 2014. Deu no que deu.

O PMDB regional, como se nota, quer fugir de Kátia, mas o PMDB nacional, racionalmente, tem motivos de sobra para não querer o mesmo. Um cabo de força com medidas conhecidas ainda que não ponderadas por uma das partes.

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