A maioria dos deputados do Estado (sete) fez opção por não ver crime nenhum naqueles R$ 51 milhões de Gedel ou no assessor de Temer correndo com a mala recheada de R$ 500 mil. Grana devolvida a prestações. Ou na voz de Temer mandando Joesley continuar pagando para que presos na Operação Lava-Jato não fizessem delações. Em pleno exercício do cargo de presidente. Gravação, aliás, não negada. Até porque de difícil refutação. O único voto pela investigação foi do deputado Irajá Abreu (PSD).

No Estado, entretanto, verificou-se o aprofundamento do desvio ético. O deputado César Hallun (que na primeira denúncia havia votado contra), optou ontem por livrar Michel Temer da denúncia. Como nos últimos dias Hallun tem se movimentado na base de apoio à reeleição de Marcelo Miranda, defensor de Temer e Gedel, deduz-se que o Palácio Araguaia tenha atraído a mudança com outro tipo de proposta.

Demonstrando que o PMDB não resiste a ver no Estado uma idiotia coletiva, a deputada Josi Nunes ausentou-se da votação (na primeira denúncia foi voz defensora de Temer) com uma explicação inusitada que fez circular em nota: deixara de votar por que enxergava conflito entre o que os seus eleitores queriam e a vontade do partido.  Não conseguia conciliar a orientação partidária e o desejo da população do Estado e do país onde 81% (DataFolha) defenderiam a investigação.

Josi conseguiu ir mais fundo que o deputado Vicente Junior que ausentou-se na primeira denúncia. Vicentinho Jr naquela oportunidade apenas não foi. Diz-se que estaria em compromisso fora. Ainda que se pudesse indagar que compromisso seria mais importante para um deputado federal que a votação de afastamento de um presidente de um país, não tentou manipular a população com exercícios retóricos sob premissas falsas.

Josi tentava demonstrar que, por consequência, ao não comparecer à votação ontem, estaria, de alguma forma, atendendo suas bases. Uma vigarice intelectual dado que, como é notório as ausências seriam contadas como voto favorável a Temer já que a disputa era para não dar o quórum de 342 deputados favoráveis ao afastamento. Ou seja, Josi, com a ausência, deu voto a Temer. Mas apostou numa suposta ignorância cognitiva ou deficiência aritmética de seus eleitores.

O resultado de 251 votos a favor de Temer contra 233 deputados pela investigação, jogou os deputados do Estado (os sete, dois do PMDB, um do Podemos, um do PP, um do Democratas, um do PR e outro do PRB) no grupo dos que defendem a impunidade quando dizem combatê-la. Deverão conviver com esse voto envergonhado até as eleições.

Josi Nunes, Dulce Miranda, Dorinha Seabra, Vicentinho Junior, Lázaro Botelho, César Hallun e Carlos Gaguim, como se nota, não enxergaram nada nas malas de R$ 51 milhões do apartamento de Gedel nem naquela corrida louca do assessor de Temer pelas ruas de São Paulo com a mala de R$ 500 mil. Ou mesmo de serem taxados como venais dada a explícita comercialização de verbas federais (R$ 32,1 bilhões) utilizada por Temer em defesa pessoal em detrimento dos  interesses do país.

Irão conviver com isto pelo resto de suas vidas políticas.

Deixe seu comentário:

Dando continuidade às vistorias nas unidades de saúde pública de Palmas, nesta quarta-feira, 19, promotores de Justiça e servidores do Ministério Público do Tocantins, aco...

As unidades do Judiciário de Araguaína estão em fase de mudança para o novo Fórum da cidade, mas algumas já iniciaram suas atividades. A Vara de Violência Doméstica, o Jui...

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, finalizou mais um curso para os funcionários da fazenda Dois Rios em Lagoa da confusão. Dessa vez a instrutora do SENAR Adeuma Bo...