Praticar atividade física, ter uma boa noite de sono, beber muita água, não fumar, não ingerir bebida alcoólica e ter uma alimentação saudável são as recomendações mais repetidas por profissionais para quem deseja ter boa saúde. Porém, há um hábito comum que pode prejudicar até mesmo quem segue à risca as regras acima: o uso irracional de medicação. O uso inadequado de medicamentos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) é responsável por mais de 10% das internações hospitalares em todo o mundo, anualmente.

 

Ainda de acordo com a OMS, mais de 50% de todos os medicamentos são incorretamente prescritos, dispensados e vendidos, e mais de 50% dos pacientes usam incorretamente. Neste uso incorreto está a automedicação, porta de entrada para a irracionalidade do uso. “A primeira coisa a se fazer ao sentir dor ou passar mal é procurar um médico para que já se tenha um uso racional. A partir da avaliação de um especialista é que se pode saber a dose exata a se tomar e o período de uso”, explica a farmacêutica da Vigilância Sanitária do Tocantins, Mariane Amorim Machado da Silva.

 

A farmacêutica alerta ainda para o uso de medicamentos indicados por amigos ou que já esteja guardado há muito tempo em casa. “Mesmo que você tenha o mesmo sintoma de alguém que você conhece, cada organismo tem sua particularidade e muitas pessoas possuem alergias a certos componentes das fórmulas, o que acarreta alguns problemas”, destacou.

 

Para a produtora cultural Eliane Aires, a automedicação não trouxe benefícios. “Quase não adoeço, no máximo uma dor de cabeça que passa com um simples analgésico, mas já fiz uso de medicamento para emagrecer sem prescrição médica e não obtive o resultado que esperava. Só consegui uma oscilação de humor, que inclusive refletiu no meu relacionamento, na época. Eu ficava muito nervosa e isso acarretava em desentendimentos”, relatou.

 

Em sintomas mais leves, como dores de cabeça, é usual se procurar uma farmácia para comprar um analgésico. Para a farmacêutica Mariane este hábito não é de todo ruim, mas tem que ser feito da forma correta. “O ideal é que se procure o profissional farmacêutico. Ele irá fazer alguns questionamentos antes de vender algo, pois uma dor de cabeça pode ser um alerta à pressão alta, por exemplo”.

 

A atenção à quantidade receitada pelo médico e a quantia contida no frasco oferecido pela farmácia, deve ser observado. “Ver o quanto vai usar e procurar comprar só o que necessita é fundamental para se evitar ter resto de medicamentos em casa, assim, fica mais fácil evitar a automedicação. Se por acaso sobrar medicamento e os sintomas voltarem, a pessoa deve tentar pelo menos falar com o médico antes de ingerir a medicação outra vez”, enfatizou a farmacêutica, acrescentando que ações como verificar o prazo de validade, lote do medicamento e o armazenamento correto são muito importantes.

 

O descarte das sobras também é algo que se deve ter muito cuidado, segundo a farmacêutica. “O ideal é que se devolva as sobras para a farmácia onde o medicamento foi comprado. Ela pode devolver para a indústria que por sua vez tem a forma correta de proceder o descarte sem agredir o solo e sem correr o risco de uma terceira pessoa reaproveitar esta sobra, a partir do acesso ao lixo comum”, explica.

 

Vale ressaltar que algumas doenças são de duração curta e podem desaparecer mesmo sem o uso de medicamentos, bastando apenas algumas medidas como dietas, repouso e exercícios.

 

Segundo o Ministério da Saúde, medicamentos são feitos para: “aliviar sintomas ou sinais (por exemplo, medicamentos contra dor e febre); controlar doenças crônicas e reduzir o risco de complicações (por exemplo, medicamentos para pressão alta, diabetes, asma, entre outros); recuperar a saúde (por exemplo, antibióticos) e auxiliar no diagnóstico de doenças (por exemplo, contrastes utilizados em radiologia e outros exames).

 

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