Alguns leitores há meses cobram-me por que não escrevi ainda sobre o Relógio das Flores, idealizado pelo prefeito Carlos Amastha ali na rotatória da NS-02, nas proximidades do córrego Brejo Comprido.  O assunto entra e sai de pauta na proporção direta do humor dos seus adversários e mais por ele provocados que por real importância.

Com efeito, o Relógio das Flores é uma obra de natureza  estética, não resta dúvida, que deveria assim ser entendida e por tal compreendida. O contrário seria imaginar-se útil de forma objetiva, servindo-se para as pessoas orientarem-se no tempo. Presumir-se-ia, neste caso, servir-se a pilotos de aeronaves, a urubus, pardais ou a moradores de grandes edifícios que necessitariam de um relógio para observarem as horas do alto de seus apartamentos.
 Não resta dúvida, de que é uma obra com fins estéticos, como os próprios girassóis dos canteiros de Palmas. Vistos do alto, são um cartão postal à parte que terminam por dar uma identificação única á cidade. Nada mais que isto. Ou alguém aí de boa fé imagina as pessoas dependendo do funcionamento daqueles ponteiros para localizar-se no tempo!!! Ora, me ajude aí!!!!

Ainda que não patrocinada pelo poder público (informa-se que os R$ 40 mil são bancados por três empresas privadas através do programa Adote um Jardim, por sinal egresso de outras administrações) – o que a diferenciaria de outras do gênero não questionadas na cidade – o Relógio das Flores é, esteticamente mais palatável (e compreensível) que outras incursões com dinheiro público, como o Relógio do Sol, ou a Praça Kraô, ou mesmo aquele amontoado de pedras cangas, pelo qual o ex-prefeito Eduardo Siqueira Campos pagou uma pequena fortuna para o artista plástico goiano, Siron Franco, no Espaço Cultural, criar na forma de um jacaré, não se sabe por que motivos. Afinal não se conhece uma relação histórico/cultural do jacaré com a Capital ou ou Estado afinal dele só se conhece que se defende com o rabo.  O resultado é que, mexe e vira, tem pedra fora do lugar. E os moradores mais novos da cidade, especialmente os jovens, sequer uma obra artística nele identificam.


O Relógio das Flores, como os demais canteiros da cidade, embelezam a Capital. É mais um jardim e não um logradouro como tentam transformá-lo, mesmo que estejam claras suas finalidades. Talvez aí o X da questão. O prefeito Carlos Amastha, com todas as suas controvérsias, tem cuidado da cidade. E não só com os jardins. Vê-se preocupação com as ruas limpas e com os buracos.  Como é claro, os alagamentos das ruas não têm origem em sua administração. Assim, apresenta-se como um contraponto à anterior administração petista que demonstrava ter outras prioridades.

Como é notório, entretanto, a  população avalia a cidade, primeiramente, pela porta de sua casa. E isto pode já estar incomodando. De forma que o Relógio das Flores de Amastha tem, pelo menos, uma finalidade estética. E neste ponto, cumpre seu objetivo. Já os outros, com efeito, apesar de terem representado aplicação de recursos públicos, decididamente não. Não são nem belos, nem úteis. Apenas o são. Evidente que a cidade tem problemas prioritários que, entretanto, não invalidam ações acessórias. Até mesmo porque o tal Relógio das Flores, pelo que se percebe, não está sendo tratado como tal. Amastha tem problemas na sua administração, ideológicos, políticos e administrativos. Mas, convenhamos, combatê-lo porque faz jardins e falta do que fazer.

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