Herbert Carvalho aposentou-se do Tribunal de Contas. Essa aposentadoria, na verdade, está sendo ventilada desde o primeiro ano do governo Siqueira Campos. Herbert foi indicado para conselheiro por Siqueira, apesar de ser integrante do Ministério Público de Contas (e isto faz diferença). Por sinal, o TCE é o único Tribunal de Contas do país em que todos (eu disse todos) os conselheiros foram indicados, direta ou indiretamente, por um mesmo Governador: Siqueira.

 A decisão pela aposentadoria ocorre a menos de 15 dias do prazo para Siqueira renunciar ou não. Como é lógico, Siqueira fora do governo teria mais dificuldade para remeter um nome para aprovação do TCE e da Assembléia, que é quem ratifica a escolha. Lá, como se viu esta semana, 14 dos 24 deputados seguem à risca suas orientações. Conclusão óbvia por exclusão: Siqueira se prepara para qualquer decisão: renunciar ou não. No que não deixa de demonstrar insegurança quanto ao futuro, movido, por certo,  pelo afeto presente.

 O conselheiro que se aposenta, como especulam nos bastidores políticos (como alguma verossimilhança), teria uma conduta pautada pela defesa do conjunto da obra siqueirista. É dado intuir-se, portanto, que Siqueira indique (ainda que exista controvérsia sobre sua prerrogativa neste caso) para o lugar de Herbert, um  nome de estrita confiança, pautado pela escolha do afeto relativo à coisa presente (uma enxurrada de processos na Justiça investigando a aplicação dos recursos públicos pelo Palácio) a deixar-se levar pelo afeto relativo a uma coisa que imagina como futura: um novo governo dependente de uma escolha popular influenciada, repito, pela coisa presente. E não futura.

 E o que tem isso a ver? Tudo. Partindo-se desse pressuposto, o vice-governador João Oliveira, pelas implicações e desdobramentos políticos óbvios, talvez não seja o nome talhado, neste momento, para o governo colocar no TCE. Ora, a possibilidade de Oliveira assumir vaga no TCE é levantada antes mesmo de Siqueira tomar posse. Ocorre que a razão siqueirista apresentada como obviedade tem vetor invertido. No ano passado, o governo trabalhou, sim,  um projeto para a criação do Tribunal de Contas dos Municípios. A idéia era contemplar o vice-governador João Oliveira, quatro deputados estaduais mais a secretária de Saúde, Vanda Paíva e o procurador do Estado, André Matos,  como conselheiros. O TCM teria ainda sete auditores e procuradores. A proposta foi momentaneamente para a lixeira por força da reação popular, mas ficaram os nomes e as circunstâncias.

Desse grupo de conselheiros aventados aí qual deles mais se aproximaria da razão siqueirista? Vanda Paiva, ora!!! Está no grupo de Siqueira desde sempre, é a profissional que cuida de toda a contabilidade do grupo em campanhas eleitorais e fora delas. Melhor dizendo: Siqueira pode estar mais próximo de dar  um canto de carroceria em João Oliveira do que de atender-lhe no que acredita ser-lhe de direito. E com justificativas mais plausíveis que os argumentos que terá que esgrimir para enfrentar o Ministério Público de Conta, que quer primeiro a vaga, para depois definir um nome.

A prevalecer esse contexto, para onde e como iria o João da Transbrasiliana???

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