A abertura do MDB (Marcelo) para aliança com a Arena (Siqueira Campos) anunciada ontem pela direção regional do MDB (e não pela Arena) dá noção do sentido de urgência do Palácio Araguaia e da ordem de dificuldades e necessidades. É evidente que aquele que anuncia é que tem maior  interesse. O MDB decidiu impulsionar a Arena, retirá-la do quadrado em que se encontrava depois dos escândalos do último governo de Siqueira Campos. Está aí na memória (e nos tribunais) o Igeprev, os desvios da saúde, a renúncia dupla, a ilegitimidade do governo ser administrado por quem não foi eleito e que tais.

A Arena (siqueirismo) era dada (a partir das conversas que mantinha com outros partidos) até a semana passada como adversário figadal do MDB e já acertava alianças com candidaturas mais próximas, do ponto de vista ideológico, para abrir uma vaga a Siqueira Campos na chapa majoritária. Isto depois de ter aproximado-se do Palácio a partir do deputado Eduardo Siqueira. Afastou-se e agora, ao que parece, aproxima-se com a força da declaração  do presidente do MDB numa reunião do próprio MDB. Ou seja:as conversas que a Arena manteve com outros partidos no período de afastamento, aumentaram-lhe o valor de mercado.

Pelas palavras de ontem do presidente regional do MDB, Derval de Paiva, Marcelo Miranda pode ter lhes dado maiores garantias. Afinal, se uma de duas correntes absolutamente divergentes do ponto de vista ideológico expressa possiblidade de uma coalizão dessas com tanta antecedência, não se trata de mera bravata ou perolação.

A declaração tem maior relevância,por sinal, que a própria finalidade do encontro do MDB que a proporcionou, destinada a oficializar, no partido e publicamente, a decisão de Marcelo de disputar a reeleição que não comportava qualquer dúvida. Mas faltava a oportunidade de Marcelo vir a público dizer que, pelo partido, se sacrificaria a permanecer no paraíso, administrando R$ 10 bilhões com tudo que isto possa significar.

O MDB, na verdade, exerceria, aí, o papel de balão da Arena (afundada pela âncora que foi o governo Siqueira/Sandoval) numa relação em que o partido tentaria eliminar as funções de âncora que o governo de Marcelo Miranda assumiu, de forma inequívoca, no lugar do siqueirismo que sucedeu.

Por isto, a dificuldade de alianças antecipadas ainda que comande um orçamento anual de R$ 10 bilhões e disponha de mais de 15 mil empregos sem concurso. Os supostos aliados não querem afundar, aguardam o balão que pode ainda vir a ser o governo do MDB.

Até então o pior governo nos 30 anos em que as duas correntes se revezaram na condução das finanças do Estado. Mesmo com receitas e PIB crescendo mais que as demandas da população, considerada apenas a evolução dos índices demográficos.

Ou seja: Marcelo Miranda teria passado de balão a âncora em três anos. E, agora, balão e âncora (Siqueira e Marcelo, vice-versa) se tornariam uma só força, o que sugere que o Estado permaneceria no mesmo lugar em que se encontra (crise histórica, financeira, moral e ética) por pura lógica física: duas forças de mesma carga e intensidade atuando em sentidos contrários. Um estado de repouso. Ou então, duas forças puxando juntas para baixo, levando-se em conta o que fizeram com o Estado em três décadas.

Vou deixar para você leitor a avaliação sobre uma aliança dessas em que MDB e Arena, duas forças historicamente divergentes (ditadura e democracia) se unem como se tivessem princípios partidários e projetos políticos e de poder convergentes. Duas forças políticas que comandaram o Estado em 30 anos, na possibilidade de perderem as eleições por uma terceira ou quarta força política,  pretendendo se unir por, lógico, dirigir o Tocantins por mais 30.

Isto faz do discurso do MDB de ponte para o futuro, abrigado ontem, uma hipocrisia sem dimensão. Um paradoxo e uma contrariedade inequívoca com o que une: presente e passado o que dá, certamente, demonstração do futuro que se pode esperar de uma aliança dessas caso concretizada.

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