Você, aí, leitor, receberia em sua casa, sem aviso prévio, sem passar pelos seguranças, à meia noite, um empresário enrolado com a Justiça e que considerasse um fanfarrão e delinquente?

E mais: daria trela para uma conversa com esse “delinquente” como se estivesse numa mesa de bar batendo um papo entre uma Brahma e outra sobre a rodada do final de semana e as narrações de Galvão Bueno na Globo.

Pois é. Temer quer que se acredite que deixou de deitar-se com a bela Marcela e com o seu Michelzinho, tenha ignorado todo o aparato de segurança da República, recebido o delinquente fora da agenda oficial em um palácio oficial da República brasileira e que, primor de lógica, como delinquente que acha que seria, teria assunto republicano para tratar fora do horário e às escondidas. E sobre questões tais.

Os atos de comissão ou omissão de Temer poderiam ser tratados como crime e pecado simultaneamente. Seja pelo movimento da mente (o simples pensar no assunto) ou o desvio em relação à lei que é muito clara quanto à informação que se tem de um crime.

É uma situação que dispensa, do ponto de vista político e moral, verificação de edição de fitas. Mas Temer e sua turma de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro, querem que o país exerça outra observação fundado na moral que circunstancialmente se dizem possuidores.

Daí se apegarem em minudências processuais e fazer disso expediente de negação e refutação da verdade colocada. Sem contrariar o mérito já que o presidente, em momento algum, negou a conversa e, por consequência, o seu teor. Dentro ou fora de contexto, é um diálogo que mandaria qualquer pessoa para a cadeia.

Essa turma age como se o restante do país fosse suas colônias, territoriais, políticas e morais. Ver FHC ir à tv para falar todo cheio de dedos do flagrante, Temer e Aécio esbravejar conspiração e golpe e Rodrigo Maia garantir, sem qualquer análise (como o fez ontem), que não vai processar os pedidos de impeachment (já foram protocolados 10) em função da economia é apostar na idiotia coletiva.

O mesmo Maia que carregou o piano (junto com Temer, Aécio e Cunha) do impeachment de Dilma, seja impulsionando os pedidos (o PSDB pagou a Janaína Paschoal), defendendo-o ou liderando, implicitamente os deputados para aprovar a pauta bomba e esvaziar as votações dos projetos da ex-presidente para o ajuste fiscal (lembram-se dos projetos do ex-ministro Joaquim Levy, da Fazenda?). Lá, nessa moral particular, a economia não fazia falta. Devíamos viver, deduz-se agora, o melhor dos mundos.

E que se note: tudo isto (tanto lá como cá) só ocorre porque os parlamentares (do Senado e da Câmara) se movimentam sob essa mesma moral. Se tivessem em conta os interesses da nação, aplicariam a Constituição: o poder emana do povo.

Pelo andar da carruagem, daqui a pouco a turma da Avenida Paulista e de Copacabana manda prender todos nós por duvidar dos bons propósitos do grupo. Não querem apenas a grana mas a consciência da nação.

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