O ex-secretário da Fazenda, Paulo Antenor, gastou grande parte de seus esforços no governo Marcelo Miranda a convencer o Palácio Araguaia da necessidade de cortes reais e não meramente abstratos como empregavam os auxiliares diretos e formuladores políticos de Marcelo. Os problemas eram reais e não fictícios mutáveis só no gogó da classe política beneficiária das indulgências. Afinal, 2018 é o último ano do governo e as contas não podem ser empurradas com a barriga. É a lei.

Passou Marcelo, Mauro Carlesse segue o empuxo com mais sofreguidão, como constatou o Tribunal de Contas ao identificar mais de cinco mil contratos temporários em período eleitoral quando o Estado já gasta 58,22% de suas despesas com funcionários (balanço do primeiro quadrimestre).

Mas não só: determinou o TCE ao governo adequar as despesas à lei, inclusive com o pagamento de restos a pagar (dívidas) dos exercícios anteriores deste governo. É aí que a porca torce o rabo.

Com os reajustes (correções salariais) concedidos por Carlesse na sua valsa eleitoral, o governo já gastou até julho R$ 3,6 bilhões com funcionários. Tomando-se como base o gasto de julho ( R$ 521 milhões), o governo terá nos próximos cinco meses um gasto de R$ 2,6 bilhões, fechando o ano desembolsando R$ 6,2 bilhões. Mas aí tem os R$ 237 milhões de resto a pagar de salários de exercícios anteriores (relatório do 1° quadrimestre) elevando a despesa com pessoal para R$ 6,442 bilhões em dezembro. Sem falar nos outros restos a pagar do Executivo: R$ 439 milhões (fornecedores).

O detalhe mórbido desta equação é que a Lei Orçamentária de 2018 determina os gastos com salários de pessoal do governo em R$ 5,5 bilhões. Um déficit orçamentário de R$ 900 milhões. Essa dívida aí, nem que Mauro Carlesse consiga a grana, ele não poderá pagar porque a lei não permite: não tem orçamento. Se pagar, cometerá crime de responsabilidade.

Só para se ter uma idéia do que isto significa: o governo prevê para este ano de receitas de impostos/contribuições e transferências correntes R$ 6,7 bilhões. Ou seja, a despesa com pessoal será de 96% das receitas que o governo pode manejar livremente.

Mas a propaganda do governo faz uso de um pagamento atrasado de fornecedor (Plansaúde) para demonstrar aos eleitores a boa saúde do governo com Carlesse. É verdade que ele não criou tudo que está aí. Foi partícipe como conivente na presidência do Legislativo e agora quer tomar mais empréstimos e, como é notório, pisou no acelerador nas contratações de comissionados, como informa o TCE. Mesmo diante deste quadro negro.

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