Executivo e Legislativo se ocupam do calendário eleitoral quando Lei de Diretrizes Orçamentárias e as discussões da Lei Orçamentária já deveriam estar em andamento. Uma das explicações para a inclusão do Brasil no mapa da fome (da FAO) é justamente a deficiência (ou falta de prioridade) orçamentária de governos e deputados.

No Estado, a questão só não é mais grave que a irresponsabilidade da sociedade política.  O Tocantins (IBGE) tem uma incidência de pobreza de 41,28%. No planeta são 121 milhões (dados da FAO divulgados no final de semana sobre números de 2017) passando fome. Um índice equivalente a 1,21% dos 7,6 bilhões de habitantes (ONU/2017). Por aí se tem a relação Tocantins/mundo/fome. E o grau de responsabilidade dos governantes. Um Estado onde algo próximo de 10% das mortes nos hospitais públicos (DataSus) se dão por infecções parasitárias.

Na economia, o Estado tem uma taxa de desemprego de 11% (IBGE). Aqui se contam as pessoas que estavam empregadas e ficaram sem emprego (78 mil). Mas a falta de ocupação é maior.  Havia no Tocantins (IBGE/março/2018) 1,215 milhão de pessoas em idade de trabalhar.

Tinham ocupação apenas 628 mil (dos 706 mil da força de trabalho/que tinham emprego ou foram demitidas). Subtraindo-os do quantitativo das pessoas em idade de trabalhar, tem-se, na verdade, um desemprego de 49,34%. Ou seja: apenas 50,66% das pessoas em idade de trabalhar estariam no mercado (demitidas ou ocupadas). Um verdadeiro exército de sem ocupação e, certamente, alimentador do mapa da fome estadual.

E onde entra o orçamento: das despesas já empenhadas pelo governo até hoje (R$ 6,7 bilhões) a administração aplicou na geração de condições para fomentar o emprego o equivalente a R$ 1,1 milhão. Ou: 0,014%!!! Em habitação, R$ 17 milhões (0,2%), saneamento, R$ 37 milhões (0,5%), agricultura, R$ 144 milhões (2,1%), indústria R$ 605 mil (0,009%) e comércio, R$ 20,1 milhões (0,3%). O resto do orçamento foi para pagar despesas de custeio (pessoal, juros, amortização, outras despesas de custeio...).

Os dados dessa equação não permitem estimativas de avanço na erradicação (ou combate) à pobreza e desemprego no Estado. Pelo contrário: a não priorização de investimentos nos setores da economia diretamente ligados à maioria da população, cria um ciclo vicioso e miserável. Justamente para dele fazer uso os elementos que o mantém em seu favor.

E vem aí outro orçamento. Se corrigir pela inflação projetada em 2018 (de 4%), a população, que já paga a segunda maior carga tributária da região Norte do país, poderá ser levada a colocar mais meio bilhão de reais nos cofres do governo.

Acima dos R$ 10,7 bilhões do orçamento deste ano. Ou: R$ 285,00 a mais para cada um dos 1,5 milhão de habitantes. Ou ainda: R$ 356,00 para cada um dos que em idade de trabalhar. Como não é uma equação abstrata, seria R$ 681,00 (71% do salário  mínimo) a mais para cada um dos 628 mil sortudos que se encontram ocupados.

 

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