Partidos considerados progressistas devem iniciar nesta quarta a constituição de uma frente ampla pela moralização da política no Estado.
É um movimento relevante. Pode ser confrontado, evidentemente, com interesses eleitorais supervenientes. E aí a população pode entender como mero agrupamento partidário para enfrentamento dos grupos já formados.
No Estado, apenas dois grupos políticos comandaram a administração pública nas três décadas de sua criação: siqueirismo e MDB. Ambos já acomodados nas eleições deste ano. Seja como protagonista ou coadjuvante.
Intuo, entretanto, que a mudança desse status quo passa pela educação e pela condição social da população. O eleitor desempregado e sem nível educacional não vai atrás de ideologia para entregar seu voto.
Ele quer é comida, pelo menos um prato. Ele não quer saber de questão fiscal coisa nenhuma. Tanto que os marqueteiros orientam seus candidatos a passarem longe do tema porque para o eleitor isto não tem importância nenhuma.
E eleição é um processo pragmático. Não só aqui. A política é realizada por pessoas com qualidades e defeitos, fundamentos e fragilidades.
Se dependesse apenas de princípios partidários, Lula (nem toda uma direção nacional partidária petista) por exemplo, não estaria na cadeia condenada por crimes comuns e, pelas pesquisas, ganharia de novo a eleição presidencial este ano.
Lá como cá, uma mudança dependeria de trabalho demorado de conscientização/educação, coisas que a maioria da sociedade política ojeriza. E isto não se daria em dois meses.