Os candidatos  ao Senado tem, nesta segunda, o segundo dia de propaganda eleitoral. É provável que já comecem a demonstrar projetos que tem para o Estado. No primeiro dia, na sexta, optaram pelo curso natural do cineminha: apresentaram suas biografias, família e apoios. Nas pílulas, já mostraram (os que tem mandatos) recursos que viabilizaram para Estado e municípios.

Eduardo Gomes expôs, no primeiro programa, o apoio do ex-governador Siqueira Campos (e de uma família digna), Vicentinho mostrou os pais (Dona Naná e comandante Vicentão, tradicionais em Porto), Ataides apresentou sua origem humilde, Hallun, sua história no Estado e em Araguaína e assim por diante.

A estratégia dos candidatos, entretanto, não foi unânime. O deputado federal Irajá Abreu preferiu pedir votos ao Senado (no primeiro programa de apresentação) apenas com o prenome. Sem o sobrenome Abreu. E na sua primeira propaganda omitiu tática (e acredita-se deliberada e estrategicamente) o nome da mãe, senadora Kátia Abreu. É provável, numa perspectiva otimista, que observasse desnecessário dizer sobrenomes, prenomes e nomes. E que todos já soubessem sua origem familiar.

Uma estratégia de que seus marqueteiros talvez possam se arrepender por absoluta impossibilidade lógica: a negação (mesmo em ação omissiva) de sua condição natural e do ativo político de uma Senadora de segundo mandato, ex-ministra da Agricultura (a primeira ministra do Estado), ex-presidente da CNA (30% do PIB brasileiro) e, agora, vice-presidente da República na chapa de Ciro Gomes, do PDT (primeira vice-presidente do Estado), um candidato competitivo e cujo partido está coligado no Estado com o PSD.

Ali mesmo na chapa de Irajá, o PT se orgulha (e dele faz uso) de sua maior liderança (Lula), mesmo estando preso. E Kátia Abreu, não há qualquer dúvida, é a maior líder política de expressão nacional que o Tocantins já produziu. E com ficha limpa, um ativo e tanto.

Raciocino que os marqueteiros estejam se precavendo do debate inevitável que já se dá: eleito Irajá, o Estado teria 70% dos seus senadores com o mesmo sobrenome e num mesmo grupo familiar. No Brasil, são 81 senadores. Uma casa de nobres e experientes, sabedoria na veia (como diria Geraldo Alkimin). São divididos igualitariamente por Unidade federativa. São Paulo, por exemplo, com seus 45 milhões de habitantes tem os mesmos três senadores que o Tocantins, com 1,5 milhão de pessoas. Por aí se tem o peso do cargo.

É uma estratégia que, não corrigida, pode levar mais passivos que ativos ao candidato porque contraria a ordem natural das coisas no que parece querer negar de forma irracional e, portanto, equivocada, dado que não haveria razão (no bom senso e senso comum) para tal negação que não fosse política (a rejeição). E aí levaria a outra conclusão: a vontade pelo cargo eliminaria (se sobreporia) à explosiva condição natural para sua pretensão eleitoral.

Isto pode levar o eleitor a ver na campanha do candidato obscuridade e não transparência, contaminando suas propostas e propósitos de boa fé. Ali mesmo, na sua campanha ao Senado, o prefeito do segundo maior colégio eleitoral do Estado (Araguaína) justificou sua decisão por apoiá-lo (abrindo racha na base governista) justamente por sua condição filial, negando, de forma inequívoca, a estratégia de apresentação de sua campanha.

Ou seja, Irajá optou, no seu primeiro programa, a não enfrentar o seu maior problema (do ponto de vista dos fundamentos). Quando poderia fazê-lo de início e, a partir daí trabalhar o que ficou e o que perdeu de apoio. Campanha eleitoral, como reza a cartilha dos marqueteiros, se ganha e se perde nos detalhes. E esse aí é um dos grandes. Mas ainda há tempo para correções. Ou não já que muitos políticos acham-se auto-suficientes e esta condição é até um elemento avaliado  na valoração monetária dos marqueteiros que contratam. Nem que contrariem a lógica com seus fundamentos e princípios intuitivos.

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