Não deve estar sendo nada fácil para o governador Sandoval Cardoso refutar o desgoverno que herdou e, paralelamente, tocar o mesmo projeto subordinado aos mesmos agentes que administram esse calvário.  São os fatos que estão a negar, em tempo real, a premissa de mudança em andamento.

É como se Sandoval tentasse vencer, antes,  ele próprio e o siqueirismo que carrega dentro de si,  do que a fortuna. Como nada além dos nossos pensamentos está inteiramente em nosso poder, fica uma negação que não consegue inverter o valor de verdade das proposições colocadas. É como se governador quisesse dizer “sou siqueirista mas não acredito no siqueirismo”. Ou mesmo: “Aqui todos nós somos siqueiristas” e na negação do siqueirismo, apontasse que  apenas alguns não são o seguem (o siqueirismo). No caso, ele se enquadraria na segunda proposição.

Como se nota, a verdade de uma proposição implicaria certamente na falsidade da outra.   Mas os fatos estão aí!!! a indagar, de  forma peremptória, onde (ou aonde, dado o movimento do candidato/administrador) estaria  o responsável pela administração  pública no Estado???

Hoje, o Jornal do Tocantins (e a TV Anhanguera/Globo) trazem que pacientes e servidores estariam comendo apenas arroz e macarrão sem molho no Hospital Regional de Araguaína. Em Arraias, a população denuncia que no hospital regional não há pão no café e que na terça, de comida, haviam sido servido macarrão com salsicha!!!! Ontem, denunciou-se que os alunos do Colégio Militar teriam sido dispensados da aula por que faltava comida (regime de turno único)!!!!  

Também ontem foi denunciado que os pacientes de câncer estão sem tratamento porque o aparelho radioterápico está, mais uma vez, sem funcionar no Hospital Regional de Araguaína (a situação é recorrente). E para completar, também hoje, anuncia-"se que as cirurgias eletivas (setor onde 60 pacientes aguardam atendimento, alguns cardíacos) no Hospital Geral de Palmas estão suspensas por falta de materiais e medicamentos!!!!  

Pensa que pouco? Pois é:  o Sindicato dos Médicos e o Conselho Regional de Medicina informaram, oficialmente que é  para não deixar dúvidas, que a  partir do próximo dia 18 de agosto não haverá mais plantões extras nos hospitais. Como se sabe, plantões existem justamente porque não há médicos contratados suficientes. Os médicos cruzarão os braços por atraso de mais de 120 dias no pagamento dos plantões.

O governo diz que vai solucionar o problema contratando mais médicos. Ora, se vai contratar, por que não paga os débitos. Aliás, devia contratar mesmo (obrigação) e também pagar os débitos, não é verdade? E a UTI Aérea? E os plantões dos enfermeiros e técnicos? E a coleta de lixo? E a falta de remédios? E as obras dos  hospitais de Araguaína, Gurupi, Augustinópolis e Porto Nacional?  

Tudo isso a despeito dos  R$ 1.048.344.659,00 já consumidos pelo setor de saúde pública do Estado de janeiro a hoje, 7 de agosto (Portal das Transparências), de   uma previsão orçamentária de R$ 1.575.614.551,00. Ou seja, a saúde gastou em sete meses e sete dias  quase 70% do orçamento (66,5% ). E a situação é esta que todo mundo conhece. O governo do Tocantins recebeu no mesmo período, de recursos de transferências federais o equivalente a R$ 2.553.444.341,91. De  um total de receitas no Estado (arrecadação e transferências) de R$ 4.309.919.963 (R$ 1,1 bilhão só de impostos).
 

Com efeito, Sandoval, no governo, tem que vencer a ele próprio do que a fortuna.

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