A Câmara dos Deputados pode apreciar nos próximos dias dois temas cruciais: o financiamento público de campanhas e o voto em lista. Há pouco prazo para tramitação na Câmara e no Senado por força da anualidade das regras eleitorais que encurta o calendário até setembro.

Apesar da relevância do assunto, pouco dele se fala. A começar pelo óbvio: a proibição de doações legais de empresários impediria... a doação por fora de empresários. Uma estultice.

Não bastasse, num país com uma das maiores crises econômica, moral e política, teria que buscar no bolso do contribuinte R$ 6 bilhões para um fundo de campanha (há projeções conservadoras de R$ 2,9 bilhões), além dos R$ 820 milhões (fundo partidário) e R$ 580 milhões (horário de propaganda eleitoral) programados para 2018.

Não mais relevância, a criação da lista fechada importaria em gastos superiores a R$ 3,9 bilhões (conforme a Transparência Brasil). Em 2016, com financiamento de pessoa física, auto-financiamento e financiamento público, as eleições não saíram por menos de R$ 3 bilhões.

No caso da lista é um atentado à vontade do eleitor. O parlamentarismo não foi aceito pela população. Ainda assim, tenta-se entregar ao partido a escolha dos candidatos eleitos. O eleitor votaria no partido que escolheria o representante popular no dedaço.

Os militares de 64 também tinham seu partido, a Arena. E dele tirava os quadros que achava melhor para governar Estados, prefeituras de Capitais e até senadores. Também no dedaço.

Resumo: depois da Operação Lava-Jato a crise é debitada na conta do eleitor, tanto financeiramente como politicamente, com a elevação de seus custos para a manutenção da democracia e a cassação do seu direito de escolha. Ou seja, pode ser levado a pagar afirmação e negação da democracia a um só tempo.

 

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