Cláudia Lélis assumiu o comando do PV no Estado. Uma decisão pragmática do partido, afinal é vice-governadora (o maior cargo da legenda no Tocantins). Ainda que possam os adversários refutar sua liderança com o fato de assumir o lugar do marido (e que o comando com ele continuasse) é inquestionável o avanço político e o amadurecimento de Cláudia. E com ele, lógico, não só sua ascendência mas também ganho de musculatura num partido, até então, dependente de composições com outras legendas.
É fato que Cláudia foi colocada na chapa de Marcelo à revelia de muitos modebas e sujeita a olhares de esgueio de caciques de partidos locais que não queriam o cargo mas tinham resistência em deixá-lo fora do alcance de suas idiossincrasias. Cláudia não só as dobrou como roubou a cena destinada, inicialmente, ao protagonismo de outras mulheres mais antigas no grupo. Especialmente do PMDB.
Quebrou resistências no Palácio Araguaia e hoje, mesmo que muitos não a aceitem, é, seguramente, uma das opções do grupo para manter o poder. Seja numa disputa em 2018, seja ocupando o lugar de Marcelo numa suposta vacância do cargo, exceto naquela ação de que derruba a chapa, que tramita no TSE.
Marcelo Lélis, quanto a isto, ficou para trás numa seleção natural que a própria política processa. Pode até disputar mandatos no Legislativo mas perdeu o “time” de administrar a prefeitura da Capital ou o Governo do Estado. Cláudia Lélis o suplantou, daí o acerto da decisão do PV de subordinar-se, agora, à sua liderança quando estariam rendendo-se simplesmente ao óbvio. E política nada mais que isto: o óbvio apesar das tentativas de manipulação e invencionices.