O PSDB anuncia para a próxima sexta uma reunião com os 29 prefeitos do partido. Muitos deles apoiaram o governador Mauro Carlesse. O senador Ataídes de Oliveira (decidido pelos próprios prefeitos) deve disputar a reeleição. A razão indica que o parlamentar pode cacifar, com este ativo, uma das vagas na majoritária de Carlesse que tem, ainda, como opção, o ex-deputado Eduardo Gomes, do Solidariedade.

O PSDB liberou os prefeitos na Suplementar. Mas em outubro é outra eleição. Ainda que cargos majoritários não estejam submetidos à perda do mandato por infidelidade partidária, o partido pode, sim, expulsar os trânsfugas, caso decida-se por uma coligação de oposição ao governador.

Não é o mesmo caso de deputados que podem ficar sem os mandatos caso os partidos os expulsem por não seguir a orientação partidária. De forma que quando se vê deputado de partido de oposição expor que não vai fazer oposição, se está diante de uma anomalia. Uma contrariedade ao sistema partidário e representativo.

É o caso do deputado Stalin Bucar cujo partido, o PR, teve um candidato ao governo e, em outubro, tudo indica, estará numa chapa de oposição a Mauro Carlesse. Cito Bucar, porque foi o que expressou a questão ontem. Mas muitos pensam o mesmo. A justificativa de que não iria prejudicar os municípios ou que não iria contrariar a maioria que elegeu o governador, entretanto, não se sustenta de pé.

Primeiro porque oposição foi eleita para ser oposição. É uma escolha do eleitor e não do eleito. Em segundo lugar, os governos são governos de todos, sustentado por recursos de todos, das maiorias e das minorias, da oposição e da situação. E não um instrumento de uma maioria circunstancial. Mais: na situação específica, 60% dos eleitores (maioria absoluta) decidiu por não escolher o atual governador.

Fico a raciocinar: a prefeitura de Palmas é comandada pelo PSDB em oposição a Mauro Carlesse. Cíntia Ribeiro apoiou Carlos Amastha, do PSB na Suplementar. Se o governador Mauro Carlesse tratasse a prefeitura de Palmas como oposição, estaria relegando a adversários cerca de 300 mil pessoas que moram na cidade e que depositam nos cofres do governo, só de ICMS, algo próximo de R$ 1 bilhão por ano (uma média de R$ 75 milhões/mês). Cerca de 45% de toda a arrecadação tributária do governo (R$ 2,2 bilhões/2018).

Ou seja, uma anomalia que é levada adiante por governos, deputados e prefeitos como se fosse algo legal e democrático. Não é. É, a priori, uma chantagem com a população a justificar acordos políticos cuja moeda de troca, não raro, é entregar apoio por vantagens pessoais, sejam de forma direta ou indireta nas contratações de empreiteiras para obras que os aliados dizem conseguir. E com os custos e variações delas subsequentes e cujas consequências são perfeitamente previsíveis, como é patente das investigações da Polícia Federal e MPF.

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