Há fundadas razões para se dar valor às especulações de bastidores políticos sobre a não candidatura de Siqueira Campos ao Senado. Primeiro, o ex-governador estaria com problemas de saúde (teria fraturado um braço numa queda no banheiro) e, segundo, não menos relevante, a não ser o deputado Eduardo Siqueira, os demais integrantes da família resistiriam, por questões óbvias e racionais, a submeter Siqueira, nos seus 90 anos a uma campanha eleitoral.

E aí se estaria perante um movimento da raiz do siqueirismo, fadado a justificar, paradoxalmente, o niilismo que fez surgir o não-voto na eleição suplementar. Ou seja: concede razão ao eleitor a enxergar com ceticismo a sociedade política, suas ações e finalidades.

Contrariando a tese engajada de que a população o desejasse no Senado como contrapartida aos serviços prestados ao Estado. Ainda que esta mesma população já o tenha dedicado nove mandatos (cinco de deputado federal e quatro de governador).

Isto porque colado à suposta renúncia de Siqueira, estaria a entrega do cargo de candidato ao Senado ao deputado federal Carlos Gaguim, na chapa de Mauro Carlesse. O ex-governador e deputado não faz segredo de seu projeto político. O problema é que a renúncia tem um custo que sugere, evidentemente, um ganho na outra ponta.

Já se especula sobre cifras que não se comprovam porque um negócio destes não se assina ou registra em cartório. A prática política do Estado sugere que haveria sim grana envolvida. Pode ser que não, mas não é implausível. Pode-se raciocinar numa suplência a Eduardo ou simplesmente suporte financeiro de campanha à reeleição ou Câmara dos Deputados.

Afinal, esse mesmo siqueirismo foi protagonista de uma dupla renúncia (de governador e vice) para favorecer Eduardo Siqueira que não foi candidato por falta de musculatura política, caindo o cargo no colo de Sandoval Cardoso. Lá como cá, havia fumaça de grana. Uns calaram-se, outros não se ligaram em demonstrar avanço patrimonial.

De outro modo, Siqueira, voluntária ou involuntariamente, estaria sendo rifado de novo. Pode estar bom para ambas as partes. Menos para a população manietada no seu suposto sentimento compassivo.

Como escrevia Nietzsche: os homens não se envergonham de pensar coisas sujas, mas ao imaginar que lhes são atribuídos esses pensamentos sujos.

Deixe seu comentário:

Dando continuidade às vistorias nas unidades de saúde pública de Palmas, nesta quarta-feira, 19, promotores de Justiça e servidores do Ministério Público do Tocantins, aco...

As unidades do Judiciário de Araguaína estão em fase de mudança para o novo Fórum da cidade, mas algumas já iniciaram suas atividades. A Vara de Violência Doméstica, o Jui...

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, finalizou mais um curso para os funcionários da fazenda Dois Rios em Lagoa da confusão. Dessa vez a instrutora do SENAR Adeuma Bo...